Investigação aponta
que cardeal teria relatado a Bento XVI dossiê 'escabroso' sobre uma
rede 'transversal unida pela orientação sexual'
A poucos dias da renúncia de Bento
XVI, revelações, verdadeiras ou falsas, manipulações ou furos que
marcaram em 2012 o escândalo dos vazamentos de documentos secretos, o
"Vatileaks", voltaram com um "lobby gay" no Vaticano.
Bento XVI diz ter decidido renunciar ao cargo por conta da idade avançada. No entanto, jornais apontam que decisão pode estar ligada com uma suposta rede de sexo e corrupção entre sacerdotes da igreja católica |
Enquanto o
"Vatileaks" havia sido abafado em dezembro com a graça concedida pelo
papa a Paolo Gabriele, o ex-mordomo acusado de vazar documentos
confidenciais, dois artigos no jornal La Repubblica e na revista
Panorama trouxeram o caso de volta às manchetes. De acordo com La
Repubblica, a decisão de Bento XVI de renunciar ao trono de Pedro
poderia ter sido reforçada pela profunda frustração após tomar
conhecimento em outubro de um "lobby gay" no Vaticano revelado pela
investigação secreta realizada por uma comissão de três cardeais
aposentados.
Segundo o artigo sensacionalista intitulado "Sexo e
carreira, as chantagens no Vaticano por trás da renúncia de Bento XVI", o
cardeal espanhol da Opus Dei, Julian Herranz, que preside a comissão,
teria relatado antes de 9 de outubro ao papa o dossiê "mais escabroso"
sobre "uma rede transversal unida pela orientação sexual" e, "pela
primeira vez, a palavra homossexualidade foi pronunciada" no apartamento
papal.
De acordo com a Panorama, o "lobby gay" do Vaticano "é,
de longe, o mais influente e ramificado entre todos os que existem
dentro da Cúria Romana". Segundo o La Repubblica, o relatório indica que
alguns bispos sofreram "influência externa" (chantagem) de laicos com
quem estabelecem laços de "natureza mundana."
O Vaticano apontou erros grosseiros neste artigo, afirmando que não deve
ser levado a sério. Não haverá "negações, comentários ou confirmações"
sobre "especulações, fantasias e opiniões" emitidas pela imprensa neste
período, declarou o porta-voz, o padre Federico Lombardi. De acordo com o
vaticanista do jornal La Stampa, o papa, antes de sua renúncia,
receberá os três cardeais. O conteúdo do relatório secreto, preparado
com base em entrevistas realizadas em todos os níveis da Santa Sé,
poderá ser discutido na Congregação Geral, uma reunião que prepara o
Conclave de Cardeais.
Estes três cardeais foram nomeados na última primavera (hemisfério
norte) pelo papa Bento XVI, após numerosos vazamentos de documentos
confidenciais, mas o relatório deverá permanecer em segredo. Segundo o
padre Lombardi, a decisão histórica do papa de renunciar ao seu cargo
não foi resultado de qualquer "depressão" ou razões psicológicas, mas
sim pelo enfraquecimento de suas forças.
Em outubro passado, dois dias após ter recebido o cardeal Herranz, o papa, em um discurso de tom pessimista na abertura do Ano da Fé, havia mencionado em forma de metáfora "os peixes ruins" que são pescados da Igreja. Segundo os vaticanistas, os documentos vazados no escândalo "Vatileaks" poderiam ser usados por um ou outro para desacreditar um rival na Cúria. Um fenômeno que pode ser repetido com a proximidade do Conclave, a fim de influenciar a escolha do novo papa.
O diretor do canal católico TV2000, Dino Boffo, surpreendido pelos rumores em documentos do "Vatileaks" sobre relacionamentos homossexuais - que ele negou - pediu na quinta-feira à Santa Sé que se liberte do "vício infame das cartas anônimas, sem assinaturas e sem destinatários". Ele desejou que "todos os fiéis contribuam para pôr fim a uma gestão de poder que pode ofender os mais humildes" dos católicos.
O tema da homossexualidade no Vaticano não é novo nos meios de comunicação italianos. Tem sido tema de romances e best-sellers quentes, às vezes, exagerados. É um fato conhecido dos vaticanistas que os religiosos e sacerdotes que trabalham no Vaticano têm relações homossexuais fora do pequeno Estado: uma rede de religiosos, padres e até bispos homossexuais pode existir, mantendo silêncio. Este grupo poderia ter sido sujeito a chantagem de jornalistas inescrupulosos que procuram no "Vatileaks" obter documentos secretos. (Correio Braziliense)
Em outubro passado, dois dias após ter recebido o cardeal Herranz, o papa, em um discurso de tom pessimista na abertura do Ano da Fé, havia mencionado em forma de metáfora "os peixes ruins" que são pescados da Igreja. Segundo os vaticanistas, os documentos vazados no escândalo "Vatileaks" poderiam ser usados por um ou outro para desacreditar um rival na Cúria. Um fenômeno que pode ser repetido com a proximidade do Conclave, a fim de influenciar a escolha do novo papa.
O diretor do canal católico TV2000, Dino Boffo, surpreendido pelos rumores em documentos do "Vatileaks" sobre relacionamentos homossexuais - que ele negou - pediu na quinta-feira à Santa Sé que se liberte do "vício infame das cartas anônimas, sem assinaturas e sem destinatários". Ele desejou que "todos os fiéis contribuam para pôr fim a uma gestão de poder que pode ofender os mais humildes" dos católicos.
O tema da homossexualidade no Vaticano não é novo nos meios de comunicação italianos. Tem sido tema de romances e best-sellers quentes, às vezes, exagerados. É um fato conhecido dos vaticanistas que os religiosos e sacerdotes que trabalham no Vaticano têm relações homossexuais fora do pequeno Estado: uma rede de religiosos, padres e até bispos homossexuais pode existir, mantendo silêncio. Este grupo poderia ter sido sujeito a chantagem de jornalistas inescrupulosos que procuram no "Vatileaks" obter documentos secretos. (Correio Braziliense)
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