Imagine uma partida de futebol onde a mãe do juiz não é xingada, os
jogadores não falam palavrões nem fazem gestos obscenos para os
adversários e para a torcida, a média de cartões é baixíssima e as
expulsões, raras. Isso acontece na Copa Evangélica do Rio de Janeiro.
Fundada em 2007 com apenas sete times, a competição, que tem suas
próprias divisões (da primeira à terceira), já reúne 150 equipes no
estado e mais de 2,5 mil atletas de Cristo, ligados a pelo menos 30
denominações evangélicas diferentes.
Músicas de louvor animam jogadores das equipes antes das partidas. Leitura da Bíblia também ajuda para que a paz reine em campo
“Através do esporte, estamos difundindo cada vez mais o cristianismo e
trazendo mais fiéis para as igrejas”, garante o presidente do Ministério
Esportivo da Copa Evangélica, Bruno Brito, 34, ex-jogador do Fluminense
e de agremiações do exterior,
e hoje pastor do Ministério Betel Restaurando Vidas, de Jardim
Catarina, em São Gonçalo. “Nossa missão é fazer do futebol uma
ferramenta de evangelização. Acreditamos que o futebol sempre pode
proporcionar a comunhão e a integração entre as pessoas”, acredita
Brito.
Indisciplina pode punir time inteiro
De acordo com as regras da Copa Evangélica carioca, antes de cada
partida os jogadores dos dois times que estarão em campo oram juntos num
culto em que a Bíblia — cujos trechos são lidos e refletidos — fica no
mesmo pedestal que a bola da partida. Músicas de louvor também animam os
participantes.
“São momentos de fé, que fortalecem os laços de amizade, inclusive entre as famílias nas arquibancadas”, diz Bruno Brito. De acordo com ele, porém, atos de indisciplina são punidos com rigor. “Palavrões ou agressões físicas podem culminar com expulsões, inclusive do time inteiro, das competições”, observa Brito.
Seis anos sem nenhum cartão
Sem desavenças em campo, a paz que reina nas partidas da Copa
Evangélica é traduzida pela baixa quantidade de cartões dados pelos
juízes. João Diveiros, chefe dos 12 árbitros que apitam as partidas,
garante que a média de cartões amarelos não passa de cinco por rodada de
três jogos. “Cartões vermelhos, então, são raros”, comenta.
O atacante da Missão Betesda, de Rio D’Ouro, em São Gonçalo, Paulo Dell
Isola, 34, ex-jogador do Juniores do Flamengo, é exemplo de disciplina.
“Em seis anos disputando a copa, nunca levei um cartão amarelo sequer”,
orgulha-se Paulo, que em 2012 foi artilheiro da competição, com 12
gols. (O Dia Online)
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