É da natureza da imprensa correr atrás dos fatos, mas há fatos que correm atrás da imprensa. São assuntos, personagens e acontecimentos que, por seu interesse e importância, se impõem como notícia e assim permanecem por mais tempo em destaque.
Nesses casos, diz-se que eles “pautam” os jornalistas, como está acontecendo agora com Francisco, o mais simpático, comunicativo e carismático Sumo Pontífice dos últimos tempos. Em uma semana, tudo o que ele disse ou fez foi correndo para os jornais, rádios e TVs. Há quem não se conforme: “É um marqueteiro”, já me escreveram, jogando sobre nós a culpa. Sobra sempre para a mídia: “Vocês não resistem à sedução dele”.
Será isso? Sabe-se que são insondáveis os mecanismos do sucesso (se estivessem à mão de qualquer um, todo mundo usaria), mas, se tivesse que tentar explicar esse fenômeno de comunicação e marketing, abandonaria as teorias sofisticadas, inclusive as conspiratórias, e prestaria atenção no uso que o novo Papa faz da maior fonte de notícia que existe: a surpresa ou seus equivalentes, a novidade e o improviso.
Tudo nele e em torno tem sido inesperado, a começar pela humildade (alguém já tinha visto um argentino humilde?) e sem falar na eleição. Quando se esperava qualquer outro, veio ele. Depois foi a “revolução da simplicidade”: as quebras de protocolo, as pequenas mudanças nas cerimônias, nos ritos e na tradição.
Nesses casos, diz-se que eles “pautam” os jornalistas, como está acontecendo agora com Francisco, o mais simpático, comunicativo e carismático Sumo Pontífice dos últimos tempos. Em uma semana, tudo o que ele disse ou fez foi correndo para os jornais, rádios e TVs. Há quem não se conforme: “É um marqueteiro”, já me escreveram, jogando sobre nós a culpa. Sobra sempre para a mídia: “Vocês não resistem à sedução dele”.
Será isso? Sabe-se que são insondáveis os mecanismos do sucesso (se estivessem à mão de qualquer um, todo mundo usaria), mas, se tivesse que tentar explicar esse fenômeno de comunicação e marketing, abandonaria as teorias sofisticadas, inclusive as conspiratórias, e prestaria atenção no uso que o novo Papa faz da maior fonte de notícia que existe: a surpresa ou seus equivalentes, a novidade e o improviso.
Tudo nele e em torno tem sido inesperado, a começar pela humildade (alguém já tinha visto um argentino humilde?) e sem falar na eleição. Quando se esperava qualquer outro, veio ele. Depois foi a “revolução da simplicidade”: as quebras de protocolo, as pequenas mudanças nas cerimônias, nos ritos e na tradição.
Em vez dos trajes alegóricos, a batina branca, o crucifixo de prata e não de ouro, o sapato preto em lugar do chamativo vermelho do seu antecessor, o despojamento e não a pompa e a opulência. Por fim, talvez não precisasse exagerar, o beijo no rosto de Cristina, que até há pouco não era flor que ele cheirasse.
A dúvida é se tudo isso é gratuito, espontâneo ou se disfarça e esconde uma intenção programada e uma orquestração. Há teólogos e especialistas que acreditam que os gestos de Francisco “vão além das aparências” e são um “recado” de que ele vai ser bem diferente de Bento XVI, e não apenas na cor dos sapatos.
Como já foi dito, ainda é cedo para santificar o novo Francisco, e é possível que ele decepcione a direita e a esquerda. Ao contrário do que muitos gostariam, como, por exemplo, a própria presidente Dilma, ele não vai contemplar as “opções diferenciadas do indivíduo”, se isso significa mexer em dogmas como aborto e casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Mas, por outro lado, os que acham que ele é apenas um factoide, uma passageira “criação da mídia”, também não perdem por esperar.
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