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terça-feira, 9 de abril de 2013

Campanha defende jovens

O lançamento da campanha contra letalidade entre adolescentes e jovens e do selo de 30 anos do Cedeca-Emaús, data que será completada em dezembro deste ano, marcaram, ontem à tarde, a abertura do Encontro Amazônico de Adolescentes, que acontece em Belém até amanhã. Atores principais da programação, os quase 200 adolescentes e jovens dos nove Estados da Amazônia Legal vão pedir que sejam tomadas providências para reduzir os alarmantes índices de morte entre adolescentes. Desde 2002, 6.662 adolescentes e jovens foram mortos só no Pará, estado campeão em mortes na Amazônia. Destes, 3.212 eram negros. Eles também querem incluir o direito à participação nas agendas dos governos estaduais e municipais.

O Mapa da Violência mostra que, somente em 2010, 3.471 adolescentes e jovens com idades entre 12 e 21 anos de idade foram assassinados no Pará. Já o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) aponta uma projeção de mais de três mil adolescentes mortos de forma violenta na Região Norte até 2015, se nada for mudado. Esse encontro terminará amanhã. No dia seguinte, começará o Colóquio Amazônico de Adolescentes, quando então os meninos e meninas vão elaborar e entregar a Carta de Princípios dos Adolescentes da Amazônia Legal aos representantes dos governos dos Estados envolvidos. O evento - encontro e colóquio - é organizado pelo Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca-Emaús), em articulação com o Unicef e o Governo do Pará.

Ontem à tarde, a coordenadora do Cedeca-Emaús, Celina Hamoy, mostrou aos jovens as peças da campanha contra a letalidade, cujo lema é "Adolescentes e jovens - Viver sem nada. Morrer por nada. A sociedade precisa mudar esse refrão". A iniciativa é do Cedeca-Emaús, Movimento de Emaús e Unicef. A letalidade é um fenômeno que significa que centenas de adolescentes e jovens são (e serão) assassinados todos os anos no Brasil. "Essa campanha foi construída pelos adolescentes do Movimento de Emaús, a partir do ano passado e por meio de um grupo. Eles discutiram as mortes de adolescentes no Brasil. A campanha foi debatida durante um ano", disse Celina.

Pobreza marca perfil da maioria das vítimas, aponta relatório
A coordenadora falou sobre o perfil dos meninos e meninas assassinados. "São principalmente meninos negros, moradores das grandes periferias de Belém, sem acesso às políticas de educação, saúde e assistência social, oriundos de famílias cujo processo de acesso às políticas de proteção é quase nenhum", completou. Ela acrescentou: "Por isso, o lema criado é esse: Viver sem nada. Não têm acesso à nada. E morrem por que? Por nada. Eles simplesmente estão perdendo o direito de viver. E a sociedade precisa mudar esse refrão. Precisamos inverter isso. Eles precisam viver para adquirir, para produzir, ser alguém e ter acesso a uma vida digna. Se continuarmos com o mesmo ritmo de mortes, teremos daqui a 30 anos uma população somente de idosos", alertou.

Segundo Celina Hamoy, "nós queremos uma juventude viva, unida e lutando por seus direitos. Esse é o selo da campanha. O que se quer, aqui, é convocar vocês, meninos e meninas, a lutarem pela vida. O Pará ocupa, no Brasil, o terceiro lugar no índice de mortes". Celina também falou sobre o Cedeca-Emaús, o primeiro do Brasil. "Foi aqui que nasceu porque o índice de crianças assassinadas era muito alto em Belém, na década de 80. Este ano, estamos fazendo 30 anos de defesa de direitos. E, em 10 de dezembro - Dia Internacional de Defesa dos Direitos Humanos, O Cedeca completará 30 anos. O Cedeca é um centro de defesa do Movimento de Emaús. Mas não estamos comemorando 30 anos. Estamos refletindo sobre os 30 anos de defesa dos direitos humanos no Pará", afirmou. (Jornal Amazônia)

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