Por Ercio Bemerguy.
Na década de 80, em Santarém, bom mesmo era participar, sexta-feira, das festinhas realizadas no Tuna Bar. Eu e a minha turminha de amigos – Paquita, Lezildo, Galo, Rodolfo, Durvani e outros – chegávamos cedo, antes mesmo de serem armadas e arrumadas as mesas e as cadeiras no salão. Éramos considerados “de casa”. Era ótimo estar lá, vendo e sendo visto por gente de todas as classes sociais em perfeita convivência fraterna num ambiente simples, porém muito alegre, muito agradável e, sobretudo, muito seguro, sem assaltos, sem drogas.
O som era de uma potente e moderníssima eletrola rodando os elepês da moda. O cardápio era o básico: cerveja, refrigerante, cuba-livre, tira-gosto de lingüiça frita com farofa, bolinho de piracuí, filezinho e isca de peixe.
Em uma dessas noitadas festivas e gostosas, em plena solteirice, eu estava sentado sozinho em uma das mesas a espera dos meus parceiros de farra. De repente, aproximou-se de mim um cidadão moreno, alto, forte, e entre nós rolou esta conversa:
Ele - Tu não és o Ercio Bemerguy, da Rádio Rural?”
Eu - Sou eu mesmo, respondi.
Ele - Eu ouço sempre e gosto do teu programa EB Faz o Sucesso.
Eu - Como é o seu nome?
Ele - Sou o Luiz Paulo, trabalho na Tecejuta e moro no bairro do Santíssimo. Tu vens sempre aqui?
Eu -Toda sexta-feira a minha diversão é aqui.
Ele - Esta é a minha primeira vez e estou adorando, tem muita mulher bonita, não é?
Eu – Tem sim, para todos os gostos. Mas, hoje, a melhor de todas é aquela louraça que está dançando com aquele magrinho que parece ser "bicha". Concordas?
Ele – Vou te perdoar, Ercio, porque com certeza não sabes que ela é a minha esposa e está dançando com o irmão dela, meu cunhado, que não é "fresco", não. É muito macho!
Felizmente, nesse instante chegou o meu amigo Galo e passamos, os três, a falar sobre futebol, lamentando a última derrota do meu São Francisco para o Fluminense, por 3 x 1.
Quando eu pensava que a gafe que eu havia cometido estava superada, eis que se aproximou de nós a “louraça”. E, o maridão, com sua voz grossa, de machão, disse: “Ercio, esta é a Djanira, a minha mulher. Vai dançar com ela, vai, aproveita este samba arretado que está tocando.” – Eu fui? Nem morto...
O Tuna Bar tinha tudo que um bar precisa para ser perfeito: diversão sadia, excelente tratamento aos seus freqüentadores, bebidas bem geladas, preços bons e uma placa avisando: “Fiado só para maiores de 90 anos acompanhados de seus pais”.
Na década de 80, em Santarém, bom mesmo era participar, sexta-feira, das festinhas realizadas no Tuna Bar. Eu e a minha turminha de amigos – Paquita, Lezildo, Galo, Rodolfo, Durvani e outros – chegávamos cedo, antes mesmo de serem armadas e arrumadas as mesas e as cadeiras no salão. Éramos considerados “de casa”. Era ótimo estar lá, vendo e sendo visto por gente de todas as classes sociais em perfeita convivência fraterna num ambiente simples, porém muito alegre, muito agradável e, sobretudo, muito seguro, sem assaltos, sem drogas.
O som era de uma potente e moderníssima eletrola rodando os elepês da moda. O cardápio era o básico: cerveja, refrigerante, cuba-livre, tira-gosto de lingüiça frita com farofa, bolinho de piracuí, filezinho e isca de peixe.
Em uma dessas noitadas festivas e gostosas, em plena solteirice, eu estava sentado sozinho em uma das mesas a espera dos meus parceiros de farra. De repente, aproximou-se de mim um cidadão moreno, alto, forte, e entre nós rolou esta conversa:
Ele - Tu não és o Ercio Bemerguy, da Rádio Rural?”
Eu - Sou eu mesmo, respondi.
Ele - Eu ouço sempre e gosto do teu programa EB Faz o Sucesso.
Eu - Como é o seu nome?
Ele - Sou o Luiz Paulo, trabalho na Tecejuta e moro no bairro do Santíssimo. Tu vens sempre aqui?
Eu -Toda sexta-feira a minha diversão é aqui.
Ele - Esta é a minha primeira vez e estou adorando, tem muita mulher bonita, não é?
Eu – Tem sim, para todos os gostos. Mas, hoje, a melhor de todas é aquela louraça que está dançando com aquele magrinho que parece ser "bicha". Concordas?
Ele – Vou te perdoar, Ercio, porque com certeza não sabes que ela é a minha esposa e está dançando com o irmão dela, meu cunhado, que não é "fresco", não. É muito macho!
Felizmente, nesse instante chegou o meu amigo Galo e passamos, os três, a falar sobre futebol, lamentando a última derrota do meu São Francisco para o Fluminense, por 3 x 1.
Quando eu pensava que a gafe que eu havia cometido estava superada, eis que se aproximou de nós a “louraça”. E, o maridão, com sua voz grossa, de machão, disse: “Ercio, esta é a Djanira, a minha mulher. Vai dançar com ela, vai, aproveita este samba arretado que está tocando.” – Eu fui? Nem morto...
O Tuna Bar tinha tudo que um bar precisa para ser perfeito: diversão sadia, excelente tratamento aos seus freqüentadores, bebidas bem geladas, preços bons e uma placa avisando: “Fiado só para maiores de 90 anos acompanhados de seus pais”.
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