Do jornalista Francisco Sidou a respeito da postagem >Leitorado: A moda vai pegar em Belém:
"Cada fato oferece , no mínimo, oportunidade para três versões - diz um
provérbio árabe que me foi transmitido no início da carreira na
Universidade de Jornalismo "A Província do Pará", sob a batuta do
saudoso mestre Sá Leal. Essas manifestações de jovens não ocorrem
apenas como protesto pelos 30 centavos de reajuste nas passagens de
ônibus. Isso foi apenas a gota d água. O protesto é muito mais amplo e
alcança, por exemplo, o desrespeito dos donos de ônibus que, para
reajustar tarifas prometem melhorar a qualidade do transporte público,
colocar lixeira nos coletivos, et caterva...Isso acontece ? Em Belém,
por exemplo, circulam verdadeiras carroças com até 20 anos de praça e
os "novos" ônibus prometidos são mandados do Rio de Janeiro, de onde já
chegam bastante "rodados". Pelo menos,com 10 anos de uso. Os donos de
ônibus, na verdade, querem mandar na cidade e ditar as regras do
transporte público. Por isso, eles não querem mudanças. A ex-Ctbel,
agora Amub, amanhã talvez Amijurb, sempre foi "pautada" pelos interesses
difusos que acabavam favorecendo os donos de ônibus, generosos doadores
de campanhas eleitorais. A Ctbel , por exemplo, fez campanha do tipo
"deixe seu carro em casa e vá de ônibus para o trabalho". Ora, fale
sério, dona Amub. Com ônibus lotados, sucateados e sujos , parece até
"gozação" esse apelo, não ? Enquanto BRT não vem, o prefeito Zenaldo
poderia, por exemplo, propor ,pelo menos, a concessão pública de novas
linhas de ônibus especiais, com ar condiconado e tarifas
diferenciadas. Talvez assim a classe média média se sinta incentivada a
deixar o carro em casa e ir de ônibus para o trabalho ou para a escola.
Valorizar o transporte público é a única saída hoje para se
descongestionar o pesado tráfego e caótico trânsito de Belém. Enquanto
seu Lobo, aliás, seu BRT não vem..."
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