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quinta-feira, 20 de junho de 2013

Protestos populares atingem a classe política, diz senador

Em pronunciamento nesta quarta-feira (18), o senador Pedro Taques (PDT-MT) disse que a “bronca” advinda dos protestos populares ocorridos nos últimos dias em mais de dez estados brasileiros diz respeito à classe política e àquilo que esta faz com o poder que o povo lhe confere.

- Precisamos reconhecer a nossa surpresa. Ninguém, nesta Casa, ninguém na classe política pode dizer que sabe o que o povo está querendo dizer, quando se une e vai às ruas. Temos de reconhecer que ainda precisamos ouvir muito mais o que vem das ruas, dessas pessoas, desses jovens – afirmou.

Pedro Taques disse que até ontem o cidadão brasileiro aceitava o baixíssimo grau de participaticipação nos atos do poder público e as consequências disso sobre a sua própria vida, mas agora, observou, os protestos populares mudaram esta situação.

- O povo quer mais. E por dezenas de motivos o cidadão foi e continua nas ruas para reclamar diretamente a sua soberania. Ele é o titular do poder – afirmou.

Pedro Taques ressaltou que o povo exige educação, saúde e transporte público de qualidade; é contra os gastos exagerados com as obras da Copa do Mundo, a corrupção, e a impunidade dos corruptos. O país, disse o senador, está assistindo “à multidão dos direitos invisíveis tentando ganhar visibilidade, com o cidadão cansado do mundo das desigualdades e do atraso”.

- O que essa multidão ensina é que não existe uma única razão para mais de um milhão de pessoas já terem ido às ruas protestar. Não há que se falar em falta de causa. A causa é a indignação. Como dizia um dos cartazes: "Tem tanta coisa errada que não cabe em um único cartaz" – afirmou.

Atualmente, disse Pedro Taques, os partidos políticos já não são mais as entidades intermediárias entre o cidadão e o Estado; em sua opinião, os partidos estão desprovidos dessa legitimidade em razão dos protestos populares, que tornaram cada cidadão é um partido político.

- Todos os partidos políticos não passam, com todo o respeito a eles, de instrumentos fisiológicos e clientelistas. E nós, políticos, precisamos nos aperceber disso. O cidadão não precisa mais de intermediários para manifestar sua indignação. É a chamada solidão na multidão. O povo exige equipamentos públicos de qualidade, serviços públicos decentes, não quer esmola, não quer assistencialismo – afirmou.

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