Cerca de dez mil pessoas participaram da passeata organizada pelo
movimento Belém Livre no fim da tarde desta segunda-feira (17). A
concentração começou às 16h em frente ao Mercado de São Brás. Lideranças
de vários coletivos deram instruções aos manifestantes.
A orientação era de não entrar em confronto com a Polícia Militar,
que acompanhou o ato com cerca de 800 homens. Na concentração, os homens
PM e Guarda Municipal ficaram posicionados na praça da Leitura enquanto
os manifestantes se reuniam em frente ao mercado. Nenhum incidente foi
registrado.
O protesto era contra a demora das obras do BRT, pelo Passe Livre e
contra a corrupção no Estado. 'Agora é a nossa vez', afirmou o
representante do coletivo Mobilizadores da Amazônia. 'Nós acordamos,
saímos da letargia. A mudança só acontece quando a gente sair para a
rua', completou.
A passeata iniciou pouco antes das 18h e foi acompanhada de perto
por homens da PM, Guarda Municipal e Amub (antiga Ctbel). Viaturas da
Ronda Tática Metropolitana (Rotam) abriam caminho para os manifestantes
na avenida Almirante Barroso. As duas pistas do sentido Ananindeua e a
obra do BRT foram tomados por manifestantes.
Em frente ao terminal rodoviário, sindicalistas que representam os
servidores do Departamento de Trânsito do Pará (Detran) entraram na
passeata com um carro-som. Eles foram hostilizados pelos participantes
do ato que gritavam palavras de ordem contra a participação de
sindicatos e partidos políticos.
Minutos antes, militantes da Juventude do PSTU também tinham sido
hostilizados e chamados de oportunistas por portarem bandeiras do
partido - no Facebook a organização havia pedido que as pessoas não
levassem itens identificados com partidos.
O acordo feito com a Polícia Militar foi cumprido. A manifestação
foi pacífica, havia muitos jovens e até mesmo algumas famílias. Nos
edifícios da Almirante Barroso os moradores expressavam apoio com
aplausos e faixas. Na passagem por hospitais como o Porto Dias e Belém
os manifestantes caminharam em silêncio.
Quando a passeata alcançou a frente da sede do grupo RBA, a
multidão gritava palavras de ordem contra o senador Jader Barbalho
(PMDB). Homens da polícia militar isolaram a entrada do prédio e, nem
mesmo a forte chuva que caiu na cidade no início da noite, dispersou a
manifestação que seguiu até o Entroncamento. Na dispersão os
manifestantes cantaram o hino nacional.
Avaliação
Para
a organização o ato saiu conforme o planejado. "Foi tudo como a gente
imaginou, não houve depredação, nem confusão", avaliou o advogado
Fernando Gurjão Sampaio. Sobre a atuação da PM, ele ressaltou que a
corporação "calou a boca de muita gente". "Destaco a atuação do
tenente-coronel Alonso, coronel Éder e coronel Campos que cumpriram
exatamente o que prometeram. Não arredaram pé da manifestação, toda hora
chegando para ajudar, em momento algum tentando impor algo", ressaltou.
Sobre
a presença de partidos políticos, o advogado confirmou que militantes
do PSTU foram hostilizados e com o avançar da caminhada acabaram ficando
para trás no percurso.
Nesta quarta-feira
(18) a organização deverá se reunir na Casa Fora do Eixo para avaliar o
ato de hoje. Fernando Gurjão destacou ainda a disposição da PM em dar
suporte aos próximos atos do movimento Belém Livre. "Os coronéis
disseram que se precisarmos podemos chamar a Polícia Militar, que somos
parceiros, não somos inimigos", finalizou. (Portal ORM)
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