Por Nelson Mota, jornalista:
Sonho de Zé Dirceu e criação de Franklin Martins, abençoada e bancada por Lula (“Vai ser uma BBC”, bravateou), depois de cinco anos de atividade não se pode comentar a qualidade da programação da TV Brasil, porque ninguém a vê.
Em abril a audiência média semanal em São Paulo foi de 0,1%, que corresponde a cerca de 600 domicílios. A sua maior audiência na primeira semana foi… o horário eleitoral gratuito: 3 mil residências.
Nesse sentido, a TV Brasil se parece com o Brasil dos planos grandiosos. De que adianta investir na agricultura e na indústria sem estradas, ferrovias e hidrovias para o escoamento da produção? Para que serve produzir um bom programa de televisão se ele vai ser visto como um borrão sonoro? Na era digital, com a oferta massiva de canais, uma boa imagem é o mínimo para ir ao jogo. E a da TV Brasil é péssima.
Nossos produtos podem ser bons, mas a infraestrutura é ruim, a legislação, a burocracia e as práticas são borradas e indefinidas. Temos estádios novos e moderníssimos, mas sem acessos, como o Engenhão. Arenas maravilhosas vão melhorar o futebol jogado aqui? Ou só vai ficar mais caro, e seguiremos muito atrás das ligas europeias? E como o futebol vai melhorar se a CBF, as federações e os clubes continuam movidos a politicagem e negócios duvidosos?
Os idealistas, sim, eles existem, imaginavam uma TV pública com uma boa programação cultural, para informar e divertir, com um jornalismo ético e imparcial, como uma opção às emissoras privadas, sem baixar o nível, como a BBC.
Outros a ambicionavam como uma rede de televisão a serviço do partido no poder. Cinco anos depois, nem uma coisa nem outra: a TV Brasil está praticamente fora do ar e uma montanha de dinheiro foi pelos ares.


Realmente a programação é ruim.
ResponderExcluirMas o que esperar de um elitista confesso e contratado da Rede Globo? Fosse outra pessoa que falase isso muita gente concordaria, mas...
Alguém lembra da chamada "lei" Ricupero?