Deputado federal Washington Reis (PMDB-RJ)
Autor do projeto que veta presença de gays em templos religiosos e que permite pastores e padres se recusarem a celebrar casamentos entre homossexuais sem serem punidos, o deputado Washington Reis (PMDB), em entrevista ao GLOBO na tarde de ontem, afirmou que ficou espantado com a repercussão da proposta. O parlamentar afirmou ter convicção que o projeto irá prosperar no Congresso Nacional e que será sancionado pela presidente Dilma Rousseff. Reis é evangélico, da Igreja Assembleia de Deus.Reis disse que não se trata de um projeto homofóbico e nem preconceituoso com as pessoas do mesmo sexo. Ele diz "até" ter amigos homossexuais.
- A igreja é um templo sagrado e que precisa ser preservado. Os padres e pastores não têm proteção alguma da lei. Se chega dois cidadãos lá, do mesmo sexo, dizendo que querem se casar, aí o padre ou o pastor diz: "meu filho, o estatuto da igreja não permite isso". Aí, chega um delegado, com uma ordem de um juiz, e prende esse pastor ou esse padre. É um absurdo - disse Washington Reis.
- Não entendi a polêmica do projeto. É tão simples. O objetivo é colocar cada um no seu devido lugar. Não é homofóbico. Não sou homofóbico. Pelo contrário. Até tenho amigos e eleitores gays. Na minha equipe de rua tem vários gays. Merecem todo meu respeito. Acho um absurdo a violência que sofrem por aí. Temos que pedir a Deus por eles - disse o parlamentar.
Washington Reis diz ter uma boa relação com o deputado Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos e quem pautou o projeto para ser votado ontem.
- Acho até que demorou muito para colocá-lo em votação. Eu não deixaria na prateleira tanto tempo assim. Já teria votado logo.
O deputado afirmou que o projeto veta apenas cenas "escandalosas" nos templos e igrejas. Segundo ele, apesar do enunciado do texto, não veta a simples presença de um homossexual num local religioso.
- A não ser que haja um namoro descabido ou alguém que queira de alguma maneira queira escandalizar, como um bêbado por exemplo.
Reis afirmou que concorda com a decisão de Feliciano de mandar os policiais retirarem de um templo um casa de homossexuais feminino que se beijava num culto celebrado por ele no interior de São Paulo. - Eu agiria da mesma forma.
O deputado decidiu apresentar o projeto quando, segundo ele, detectou na campanha eleitoral de 2010, quando elegeu-se para o primeiro mandato na Câmara, um "terrorismo" entre os líderes religiosos.
- Estavam com medo de ser preso se não fizessem isso ou aquilo, como celebrar um casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Reis disse que sempre respeitou outros pontos de vistas religiosos e que cansou de visitar mesquitas, em países muçulmanos, e sempre tirava o sapato na entrada.
- Sem problema. É preciso respeitar os hábitos e costumes dos outros. Não precisa ofender. Tem recintos hoje onde não se pode fumar. Tem que se respeitar a lei. Mas quero dizer que não fumo, não bebo e nem gosto de jogo de azar.
Mais aqui >>Projeto quer vetar entrada de gays em templos
Nenhum comentário:
Postar um comentário