A Câmara dos Deputados concluiu ontem (22) a
votação do projeto da proposta conhecida como "minirreforma eleitoral",
que altera regras pontuais referentes a campanhas. O projeto volta para
apreciação do Senado porque sofreu modificações na Câmara.
A
votação teve início na semana passada, quando o texto-base do projeto
foi aprovado. Mas os deputados não tinham concluído a análise de
destaques e emendas (propostas de exclusão de artigos e alteração do
texto).
A discussão que gerou mais polêmica foi
em torno de um destaque do PCdoB que excluía da proposta do relator,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), trecho que proibia a veiculação de propaganda
eleitoral em bens particulares, como fixação de faixas, placas,
cartazes, bandeiras, pinturas e bonecos.
A
maior parte da Câmara rejeitou o destaque e manteve o texto do líder do
PMDB. Para a líder do PC do B, Manuela D’Ávila, a vedação vai encarecer
campanhas e prejudicar pequenas legendas. Ela argumentou ainda que
proibir publicidade eleitoral em propriedades privadas fere a liberdade
de expressão.
“A população brasileira precisa
saber que, ao votarmos este parágrafo, estará proibida a veiculação de
propaganda eleitoral, faixas, cartazes, inscrições nas casas das
pessoas. Ou seja, eu estarei proibida de colocar uma bandeira do meu
próprio partido na minha casa. Estaremos retrocedendo a um período
autoritário do nosso país”, disse.
O líder do
PMDB rebateu as declarações dos que apoiavam o destaque dizendo que
muitos candidatos pagam pessoas para colocar faixas e cartazes em suas
casas, o que encarece as campanhas.
“Não tem
sentido aqueles que votam pela redução de gastos querer votar para
manter placa. Alguns fingem que são os maiores defensores da moral, mas
são os maiores beneficiados por caixa-dois de campanha, que fazem
bocas-de-urna fantásticas. E são eles que dizem que as placas ofendem a
manifestação em propriedade privada”, rebateu Eduardo Cunha.
O
plenário aprovou destaque de autoria do DEM que, na prática, proíbe o
uso de bonecos nas campanhas eleitorais. O texto de Eduardo Cunha
permitia o uso de bonecos ao longo das vias públicas “desde que” não
dificultasse o trânsito de pessoas e veículos.
Foi mantida, contudo, a autorização para colocação de bandeiras de partidos e candidatos ao longo das vias públicas.
Na
semana passada, a Câmara excluiu, com a aprovação de um destaque do
PSOL, um dos artigos mais polêmicos, o que permitia doações "indiretas"
para campanha eleitoral por empresas concessionárias de serviços
públicos. O texto principal, aprovado antes do destaque do PSOL, incluia
o artigo. O dispositivo autorizava as doações desde que os
concessionários não fossem os responsáveis diretos pela doação – sócios,
acionistas e empresas terceirizadas das concessionárias, por exemplo,
poderiam doar.
Outro destaque aprovado pelo
plenário na semana passada, de autoria do PR, prevê a possibilidade de
parcelamento das multas eleitorais a candidatos e partidos em até 60
meses.
Veja os principais pontos da minirreforma eleitoral, de acordo com o texto aprovado pela Câmara:
Fiscalização da Justiça Eleitoral
- A proposta de minirreforma eleitoral limita a fiscalização das
prestações de contas das legendas ao dizer que a atuação da Justiça
Eleitoral se destina exclusivamente a “identificar a origem das receitas
e a destinação das despesas com as atividades partidárias e eleitorais,
mediante exame formal dos documentos contábeis e fiscais apresentados
pelos partidos”.
O texto de Eduardo Cunha veda à
Justiça Eleitoral “a análise das atividades político-partidárias ou
qualquer interferência em sua autonomia”.
A
proposta também proíbe mensagens e inserções no horário de propaganda
eleitoral que possam “ridicularizar” ou “denegrir” candidatos
adversários.
Alguns parlamentares criticaram a
proibição de mensagens que “ridicularizam” oponentes alegando que, com
isso, a Câmara está vedando o uso do humor como instrumento de campanha.
Punições por irregularidades - A proposta também reduz possibilidades de punição aos partidos em caso de irregularidades.
O
projeto diz que a sanção de suspensão do repasse de recursos do Fundo
Partidário não poderá ser executada durante o segundo semestre do ano
que se realizem as eleições. O objetivo do texto é garantir dinheiro às
legendas para o pagamento de campanhas eleitorais.
O
texto também autoriza cooperativas e associações sem fins lucrativos a
doarem para campanhas, quando não forem integradas por concessionários
de serviços públicos nem beneficiárias de recursos públicos.
Propaganda
- A proposta dá maior liberdade a pré-candidatos em período anterior à
campanha eleitoral. O texto diz que não será considerada propaganda
antecipada a participação de pré-candidatos em entrevistas, programas,
encontros e debates no rádio, na televisão e na internet, “inclusive com
a exposição de plataformas e projetos político”.
A
minirreforma veda propaganda eleitoral em outdoors, inclusive
eletrônicos. O texto prevê multa de R$ 5 mil a R$ 15 mil às empresas
responsáveis pela publicidade, partidos, coligações e candidatos.
O
projeto torna crime a contratação de pessoas com a “finalidade
específica de emitir mensagens ou comentários na internet para ofender a
honra ou denegrir a imagem de candidato, partido ou coligação”. A
punição prevista pelo projeto é de 2 a 4 anos de detenção e multa de R$
15 mil a R$ 50 mil. Fonte: G1
No papel é muito bonitinho.
ResponderExcluir"O projeto torna crime a contratação de pessoas com a “finalidade específica de emitir mensagens ou comentários na internet para ofender a honra ou denegrir a imagem de candidato, partido ou coligação”. A punição prevista pelo projeto é de 2 a 4 anos de detenção e multa de R$ 15 mil a R$ 50 mil.
Isso aconteceu muito contra a Dilma. Infames ataques à idoneidade e à moral foram efetuados por gente de São Paulo, através de e-mails denegrindo terrivelmente os candidatos do PT. E ficou por isso mesmo. E agora, vai funcionar, quando começarem pra valer as Serrabotagens e a sujeira do PSDB, como já afirmou o Ciro Gomes?