As confusões no Estádio da Curuzu, na última sexta-feira, na derrota do Paysandu por 2 a 0, fizeram com que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) interditasse o local ontem por 30 dias. Desta forma, o duelo contra o ABC, hoje, foi remarcado para o Mangueirão, em Belém.
A entidade máxima fechou o local e aguardará a avalição do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) se haverá punição e a inspeção do Comissão Nacional de Inspeção de Estádio (CNIE) para saber as condições do local e se o estádio ficará ainda mais tempo fechado.
No duelo contra o Avaí, a torcida do Paysandu aproveitou a proximidade do gramado para hostilizar o banco de reservas do Avaí. Pendurados nos alambrados, os torcedores chutaram bastante e xingaram os representantes do Avaí. Os jogadores pularam para dentro do campo enquanto o pau comia nas arquibancadas.
A polícia precisou ser acionada para conter a violência. Spray de pimenta e gás lacrimogênio precisaram ser usados para conter a confusão. Mesmo assim, os policiais tiveram dificuldades. Duas bombas chegaram a ser arremessadas dentro do gramado, mas ninguém se feriu.
Alegando falta de segurança, o árbitro Grazianni Maciel Rocha convocou os times no meio do campo e encerrou a partida aos 36 minutos do segundo tempo.
A reunião aconteceu ontem, convocada às pressas pelo MP após o pedido do Coronel Campos, da Polícia Militar, responsável pelo policiamento da capital. "Queríamos verificar onde podemos melhorar o evento ‘campo de futebol’", explicou Campos. Dentro desta filosofia, a primeira medida a ser adotada foi a de corte de privilégios para integrantes de torcidas organizadas. Segundo a promotora Joana Coutinho, do MPE-PA, as organizadas mantinham um "compromisso" firmado com clubes e o Ministério Público, o que lhes rendia os ingressos. "Estas organizações se adequaram ao Estatuto do Torcedor e apresentaram aos clubes fichas com cadastro de seus integrantes e os clubes aceitaram isso e mantiveram a prática de ceder ou baratear ingressos", disse ela.
Coutinho afirmou ainda que, dentro do acordo, as organizadas se comprometiam ainda a não promover atos de vandalismo, dentro ou fora dos estádios. "Este pacto foi quebrado. Os torcedores, que eram privilegiados, foram ao campo e em vez de prestigiar o clube praticaram atos de vandalismo contra o patrimônio do Paysandu", detalhou Coutinho. O MP recomendou então que, imediatamente, os clubes parem de subsidiar todas as torcidas organizadas, em caráter imediato.
O promotor Nilton Gurjão, que também se fez presente na reunião, trouxe uma cópia da decisão judicial que extinguiu as torcidas organizadas de Paysandu e Remo dos estádios - e agora prometeu uma atuação enérgica do MP para coibir também a criação de torcidas sucessoras às extintas. "A própria decisão judicial extingue também as sucessoras. Ou seja, torcidas com nomes novos, mas com o mesmo presidente, diretores e integrantes, e com as mesmas atas e estatutos estão proibidas", informou.
Para o diretor jurídico do Paysandu, Alberto Maia, existem, sim, torcidas organizadas que comparecem ao estádio para somar e apoiar o time, mas diante dos fatos e da delicadeza da situação, todas terão o privilégio suspenso. "É uma prática complicadíssima (a subsidiação de ingressos). Ainda devo encaminhar a questão para o presidente Vandick Lima. Mas para que não haja a questão de estarmos patrocinando ‘A’, ‘B’ ou ‘C’ é provável que não subsidiemos torcida alguma", disse.
Outras reuniões serão convocadas pelo MP, no sentido de investigar quais falhas no esquema de segurança propiciaram a entrada de artefatos como bombas e pedras no estádio. O efetivo policial, que no jogo entre Paysandu e Avaí era de 208 policiais, passará para 270. (Jornal Amazônia)
No duelo contra o Avaí, a torcida do Paysandu aproveitou a proximidade do gramado para hostilizar o banco de reservas do Avaí. Pendurados nos alambrados, os torcedores chutaram bastante e xingaram os representantes do Avaí. Os jogadores pularam para dentro do campo enquanto o pau comia nas arquibancadas.
A polícia precisou ser acionada para conter a violência. Spray de pimenta e gás lacrimogênio precisaram ser usados para conter a confusão. Mesmo assim, os policiais tiveram dificuldades. Duas bombas chegaram a ser arremessadas dentro do gramado, mas ninguém se feriu.
Alegando falta de segurança, o árbitro Grazianni Maciel Rocha convocou os times no meio do campo e encerrou a partida aos 36 minutos do segundo tempo.
MP recomenda não ceder ingressos
O Ministério Público do Estado do Pará (MPE-PA) realizou ontem uma reunião, em caráter de urgência, e recomendou que os clubes paraenses deixem de subsidiar os integrantes de torcidas organizadas com ingressos grátis ou pela metade do preço. A decisão foi tomada com base nos incidentes ocorridos no jogo da última sexta-feira, entre Paysndu e Avaí, e já passa a valer a partir de hoje, quando o Paysandu pega o ABC-RN, no Mangueirão. Serão proibidas também as entradas de faixas, bandeiras, flâmulas e da charanga no estádio e o efetivo policial terá um aumento de 30%. A reunião aconteceu ontem, convocada às pressas pelo MP após o pedido do Coronel Campos, da Polícia Militar, responsável pelo policiamento da capital. "Queríamos verificar onde podemos melhorar o evento ‘campo de futebol’", explicou Campos. Dentro desta filosofia, a primeira medida a ser adotada foi a de corte de privilégios para integrantes de torcidas organizadas. Segundo a promotora Joana Coutinho, do MPE-PA, as organizadas mantinham um "compromisso" firmado com clubes e o Ministério Público, o que lhes rendia os ingressos. "Estas organizações se adequaram ao Estatuto do Torcedor e apresentaram aos clubes fichas com cadastro de seus integrantes e os clubes aceitaram isso e mantiveram a prática de ceder ou baratear ingressos", disse ela.
Coutinho afirmou ainda que, dentro do acordo, as organizadas se comprometiam ainda a não promover atos de vandalismo, dentro ou fora dos estádios. "Este pacto foi quebrado. Os torcedores, que eram privilegiados, foram ao campo e em vez de prestigiar o clube praticaram atos de vandalismo contra o patrimônio do Paysandu", detalhou Coutinho. O MP recomendou então que, imediatamente, os clubes parem de subsidiar todas as torcidas organizadas, em caráter imediato.
O promotor Nilton Gurjão, que também se fez presente na reunião, trouxe uma cópia da decisão judicial que extinguiu as torcidas organizadas de Paysandu e Remo dos estádios - e agora prometeu uma atuação enérgica do MP para coibir também a criação de torcidas sucessoras às extintas. "A própria decisão judicial extingue também as sucessoras. Ou seja, torcidas com nomes novos, mas com o mesmo presidente, diretores e integrantes, e com as mesmas atas e estatutos estão proibidas", informou.
Para o diretor jurídico do Paysandu, Alberto Maia, existem, sim, torcidas organizadas que comparecem ao estádio para somar e apoiar o time, mas diante dos fatos e da delicadeza da situação, todas terão o privilégio suspenso. "É uma prática complicadíssima (a subsidiação de ingressos). Ainda devo encaminhar a questão para o presidente Vandick Lima. Mas para que não haja a questão de estarmos patrocinando ‘A’, ‘B’ ou ‘C’ é provável que não subsidiemos torcida alguma", disse.
Outras reuniões serão convocadas pelo MP, no sentido de investigar quais falhas no esquema de segurança propiciaram a entrada de artefatos como bombas e pedras no estádio. O efetivo policial, que no jogo entre Paysandu e Avaí era de 208 policiais, passará para 270. (Jornal Amazônia)
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