Depois de passar quatro anos com processo parado em seu gabinete, a
ministra Cármen Lúcia liberou no início da noite de ontem (13) ação
penal movida contra o ex-presidente e senador Fernando Collor (PTB-AL). O jornal O GLOBO noticiou que há risco de prescrição dos crimes no processo em que o ex-presidente é acusado de corrupção passiva, falsidade ideológica e peculato.
Cármen
Lúcia, relatora do processo estava com o caso desde outubro de 2009. A
ação penal estava concluída com as alegações finais já apresentadas pelo
Ministério Público Federal e pela defesa de Collor. Na sexta-feira
passada, como informou O GLOBO, o procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, enviou à ministra parecer pedindo urgência no julgamento da ação
penal. No parecer, Janot diz que o crime de falsidade ideológica já
prescreveu. E os demais poderão ter o mesmo destino se a eventual pena
for definida como o mínimo previsto no Código Penal.
Cármen Lúcia apresentou então o relatório que resume todo o processo,
um caso que tramita desde a década de 90 na Justiça e que chegou ao STF
em 2007. Ela liberou o processo para o revisor, ministro Dias Toffoli,
que precisa fazer a sua análise do caso antes de a ação ser levada a
julgamento no plenário do STF.
O processo está em fase final de
julgamento desde junho de 2008. Na época, o relator era o ministro
Menezes Direito. Com a morte do ministro, o caso foi redistribuído para
Cármen Lúcia no dia 6 de outubro de 2009.
O caso trata de acusação
de crimes supostamente cometidos por Collor quando ainda era presidente
da República. A denúncia só foi oferecida em 2000 pelo Ministério
Público Federal ainda na Justiça Federal. No processo, ele foi acusado
de, nos anos de 1991 e 1992, ter se beneficiado de um esquema de
corrupção a partir de propinas cobradas de empresários que tinham
contratos de publicidade com o governo. O dinheiro arrecadado pelo
esquema foi parar nas contas de um correntista fantasma e dali pagou
despesas pessoais de Collor. O processo é desmembrado das investigações
do chamado Esquema PC que levou ao impeachment de Collor.
O
gabinete da ministra Cármen Lúcia foi procurado ontem. A ministra
não esclareceu o motivo de ter ficado com o processo parado por quatro
anos em seu gabinete.
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