A aviação comercial brasileira terá um
fim de ano conturbado se a paralisação prometida por duas das principais
categorias profissionais do setor se concretizar. Aeronautas e
aeroviários cogitam entrar em greve a partir das 6h da próxima
sexta-feira, dia 20, se não houver acordo trabalhista. Desde a última
sexta, quando o indicativo foi aprovado em assembleia, trabalhadores
entregam panfletos nos aeroportos orientando a população a remarcar
passagens.
Uma reunião marcada para 14h de hoje pode
decidir pelo fim da paralisação mesmo antes de ela começar. Os
trabalhadores pedem 12% de reajuste; piso para operadores e despachantes
de check-in de R$ 1,6 mil; reajuste de 20% nos vales alimentação e
refeição; vale refeição para funcionários de meio período; seguro de
vida de R$ 20 mil e direito à creche até três anos de idade.
Diretora do Sindicato Nacional dos Aeronautas
(SNA), Selma Balbino aposta na greve. “Os patrões refutaram nosso plano e
ofereceram só 5,65% de reajuste para quem ganha até R$ 10 mil. Acima
disso, o aumento seria de R$ 560”, explicou.
Para agravar, Selma ressaltou que os patrões
não admitem criar piso para funcionários de check-in e ofereceram apenas
7% de aumento. “É por isso que perdem mais profissionais a cada ano.
Ninguém sobrevive com R$ 1.080 de salário”, disse, em referência aos
operadores que conduzem caminhões e tratores e precisam ter extrema
perícia.
No caso dos profissionais que lidam diretamente
com o público, Selma explicou que como eles precisam falar dois idiomas
ou mais, e o salário é baixo, a rotatividade acaba sendo grande. “A
média salarial geral de quem atua neste segmento é R$ 2 mil”, disse. O
piso da categoria varia de R$ 920 a R$ 1.470 conforme a função. (O Dia)
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