Alunos da 8ª série da escola Ulysses Guimarães tiveram uma surpresa e tanto na tarde de ontem. Durante a aula de geografia, um dos alunos se levantou, sacou uma faca de carne e, acompanhado de um comparsa, começou a roubar mochilas, celulares e outros objetos dos colegas. Em seguida, os dois deixaram a escola pela porta da frente, com a desculpa de que a esposa de um deles estava em trabalho de parto. O segundo jovem envolvido do crime estava uniformizado, mas não está matriculado na escola.
O crime ocorreu por volta das 15 horas de ontem, no prédio do colégio Orlando Bitar, onde os estudantes estão alojados provisoriamente. No momento do assalto, cerca de 30 alunos das turmas 801 e 802 assistiam à aula. A professora Dilma Freitas, que ministrava a aula, disse que percebeu quando o estudante, que tem 17 anos, se levantou com a faca apontada para os colegas. Ele roubou quatro celulares e uma mochila e correu da sala, ao lado do comparsa.
"Eu estava escrevendo no quadro e quando virei vi um aluno chorando. Quando perguntei o que estava acontecendo, o aluno mostrou a faca para todo mundo e disse para ficarmos calados. Ele nos disse que quem falasse alguma coisa seria ‘furado’ do lado de fora da escola", contou a professora.
Já no portão, os dois disseram ao porteiro que a esposa de um deles estava em trabalho de parto e os dois precisavam ajudá-la. O funcionário, que não se identificou, liberou a saída dos jovens, que fugiram em uma bicicleta. "Eu nunca imaginei uma situação dessa. A cada dia que passa nós corremos mais risco", declarou a docente.
Uma estudante de 15 anos que estava na sala no momento da abordagem disse que ficou surpresa com a ação, já que conhecia bem o colega responsável. Depois do tumulto, os quatro alunos vítimas do roubo e a professora foram até a Divisão de Atendimento ao Adolescente (Data), onde a ocorrência foi registrada. "Eu nunca imaginei que ele tivesse coragem de fazer algo assim. Nós estávamos assistindo à aula e, de repente, nos assustamos com ele apontando a faca na nossa direção. Nós sentimos muito medo, imaginamos que ele fosse ferir alguém", declarou uma das vítimas durante o procedimento policial.
A vice-diretora da escola Ulysses Guimarães, Ângela Silva, foi até a escola após o delito. A primeira providência foi acionar o interativo da Polícia Militar, a quem ela informou todos os dados do aluno, já que ele estava devidamente matriculado. "Ele não era um aluno assíduo, mas estava matriculado e com todos os dados atualizados. Nós informamos tudo para a polícia", explicou a vice-diretora.
Durante o registro de ocorrência na Data, veio a informação de que os policiais já haviam capturado os adolescentes, mas nada havia sido confirmado até o fechamento desta edição.
A vice-diretora da escola esclareceu que os alunos estão alojados na escola Orlando Bittar temporariamente, já que o colégio Ulysses Guimarães passa por reforma.
Seduc - Em nota, a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) informou que a direção da escola Orlando Bitar registrou boletim de ocorrência na Data após o assalto em sala de aula. Os responsáveis pelo estudante foram avisados e a direção da escola afirma que tomará as medidas administrativas cabíveis.
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