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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Um ano mais caro para a classe média brasileira

O ano que acaba de começar será mais caro para a classe média brasileira. Em busca de um aumento na arrecadação de impostos num ano de eleições presidenciais, o Governo Federal anunciou um conjunto de medidas com potencial para mexer no bolso dos brasileiros. Trata-se do aumento da alíquota de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 0,38% para 6,38% nos cartões de débito e de pré-pagos usados em viagens para o exterior, de uma alta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de móveis, e do início gradual de um incremento também do IPI dos veículos. No caso dos veículos há ainda mais uma novidade: entrou em vigor a partir desta quarta-feira a obrigatoriedade de freios ABS e airbags para carros produzidos no Brasil, uma exigência que, segundo estimativas do setor automotivo, deve encarecer entre 1.000 reais e 1.500 reais a unidade do automóvel brasileiro.

O desconto do IPI foi um instrumento utilizado pelo Governo como medida anticíclica desde a crise de 2009. Agora, a retirada desse benefício coincide com um momento delicado do ponto de vista eleitoral. O aumento do IOF para turistas, por sua vez, tenta inibir os gastos recordes dos brasileiros no exterior, que afetam o balanço de pagamentos do país.

A faixa dos eleitores com ensino superior, que teoricamente mais são afetados por essas decisões, é aquela em que a presidenta Dilma, e o PT, de modo geral, tem mais dificuldade em cativar. De acordo com a última pesquisa do Ibope, o perfil geral do eleitor da presidenta é o público de baixa renda, que recebe de um a dois salários mínimos, estudou até a quarta série do ensino fundamental e mora na região Nordeste em cidades de até 20.000 habitantes. Estas são as características de 58% de seus eleitores.

Para não abandonar o público da faixa mais rica da classe média, que tem mais afinidade com um tipo de candidato como Aécio Neves, do PSDB, Dilma estuda aumentar os limites mínimos de renda para os beneficiários do programa de moradia popular Minha Casa, Minha Vida. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, ela busca uma forma de elevar as faixas de renda dos beneficiários - que hoje vão de 1.600 a 5.000 reais. Seria um meio de atenuar o impacto negativo do aumento dos gastos para esse público.

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