Goleiro Barbosa - Copa de 1950, no Maracanã
Jornal O Dia:
O dia oito de julho ficará marcado para sempre no coração de todos os brasileiros como o do maior vexame da história do país do futebol. Mas o trágico placar de 7 a 1, da impiedosa goleada aplicada pelos alemães na semifinal da Copa do Mundo, serve para resgatar de vez a memória do goleiro Barbosa que atuou no jogo em que o Uruguai derrotou por 2x1 a Seleção Brasileira na final da Copa de 1950, no Maracanã, em 16.07.1950.
Por telefone, Tereza Borba, filha de consideração do goleiro, falou com tristeza sobre a nova tragédia e fez um alerta: o povo brasileiro não tem o direito de repetir o erro que cometeu há 64 anos com o seu pai.
O DIA: Como você encarou o vexame do Brasil contra a Alemanha?
TEREZA: Estou mal. Eu não queria que os jogadores passassem pelo que o Barbosa passou. Todos os brasileiros estão muito tristes. Assisti ao jogo na casa de amigos. Só consegui ver até o segundo gol, depois saí, fui respirar. Não tenho estômago para isso. Mas queria dizer de coração que sou solidária a todos os jogadores e ao Felipão. Não queria que essa história se repetisse e se pudesse daria uma palavra de apoio e de carinho a todos.
O DIA: Mas essa derrota de uma certa forma não resgatou a imagem do Barbosa?
TEREZA: É tão complicado dizer isso. Onde quer que esteja, o meu ‘Neguinho’ estava torcendo pela Seleção. O mal que sofreu ele não desejava a mais ninguém. O Barbosa deve estar muito triste pelos meninos. A imagem do David Luiz chorando foi de partir o coração. Se ele estivesse vivo, estaria apoiando os garotos. Não podemos cometer novamente o mesmo erro.
O DIA: Como você encarou o vexame do Brasil contra a Alemanha?
TEREZA: Estou mal. Eu não queria que os jogadores passassem pelo que o Barbosa passou. Todos os brasileiros estão muito tristes. Assisti ao jogo na casa de amigos. Só consegui ver até o segundo gol, depois saí, fui respirar. Não tenho estômago para isso. Mas queria dizer de coração que sou solidária a todos os jogadores e ao Felipão. Não queria que essa história se repetisse e se pudesse daria uma palavra de apoio e de carinho a todos.
O DIA: Mas essa derrota de uma certa forma não resgatou a imagem do Barbosa?
TEREZA: É tão complicado dizer isso. Onde quer que esteja, o meu ‘Neguinho’ estava torcendo pela Seleção. O mal que sofreu ele não desejava a mais ninguém. O Barbosa deve estar muito triste pelos meninos. A imagem do David Luiz chorando foi de partir o coração. Se ele estivesse vivo, estaria apoiando os garotos. Não podemos cometer novamente o mesmo erro.
Tereza, com a foto do pai
O DIA: De uma certa forma, essa goleada não foi uma vingança da vida na trágica história do Barbosa?
TEREZA: Não gosto da palavra vingança, é muito pesada, negativa. Acho que as coisas tomaram um rumo que acabou resgatando a imagem de todos os jogadores da final de 1950. A tragédia se repetiu, mas não acredito que o Barbosa se sentiria vingado. Ele sempre foi um cara do bem, que simbolizava justiça. Não acho que dê para tirar uma coisa boa de algo ruim. Não acho que ele se sinta vingado.
O DIA: Você nunca sofreu nenhum preconceito por ser filha do Barbosa?
TEREZA: Acho que fui vítima de preconceito, tentei me aproximar de muita gente e contar a história dele, mas não me deixavam nem chegar perto. Era como se eu simbolizasse a síndrome do Barbosa, uma coisa de perdedor, derrotado. Não foi fácil acompanhar o seu abandono. Não é fácil ser filha dele. Mesmo sendo filha de coração, me sinto filha de verdade. Tenho orgulho de tê-lo como pai e vou defendê-lo até o fim da minha vida.
O DIA: Você conseguiu fazer uma estátua do Barbosa, que está sendo exposta em Santos. Ninguém ajudou?
TEREZA: Pedi a tanta gente: pessoas, empresas, empresários. Não era muito dinheiro, tinha que pagar apenas o material da estátua, graças à generosidade do Laércio Alves (escultor) e os banners, mas ninguém colaborou conosco.
O DIA: Você está decepcionada com as pessoas?
TEREZA: Fico triste por não haver reconhecimento. Sempre disse que meu sonho era que na abertura da Copa fosse feita uma homenagem aos jogadores de 50, mas a Fifa, a CBF não fizeram nada. Eles só pensam em ganhar milhões. Eles têm dinheiro, mas são muito pobres de espírito.
O DIA: Que lições os jogadores podem ter desse vexame?
TEREZA: A Seleção de 50 perdeu a final de forma digna, de cabeça em pé. Não tinham bicho, psicólogo, preparador de goleiros, as mordomias de hoje. Os jogadores de 50 viajavam de ônibus, eram simples. O Barbosa tinha o maior orgulho de ser vice campeão mundial. Para ele, era uma honra. Eram outros valores.
TEREZA: Não gosto da palavra vingança, é muito pesada, negativa. Acho que as coisas tomaram um rumo que acabou resgatando a imagem de todos os jogadores da final de 1950. A tragédia se repetiu, mas não acredito que o Barbosa se sentiria vingado. Ele sempre foi um cara do bem, que simbolizava justiça. Não acho que dê para tirar uma coisa boa de algo ruim. Não acho que ele se sinta vingado.
O DIA: Você nunca sofreu nenhum preconceito por ser filha do Barbosa?
TEREZA: Acho que fui vítima de preconceito, tentei me aproximar de muita gente e contar a história dele, mas não me deixavam nem chegar perto. Era como se eu simbolizasse a síndrome do Barbosa, uma coisa de perdedor, derrotado. Não foi fácil acompanhar o seu abandono. Não é fácil ser filha dele. Mesmo sendo filha de coração, me sinto filha de verdade. Tenho orgulho de tê-lo como pai e vou defendê-lo até o fim da minha vida.
O DIA: Você conseguiu fazer uma estátua do Barbosa, que está sendo exposta em Santos. Ninguém ajudou?
TEREZA: Pedi a tanta gente: pessoas, empresas, empresários. Não era muito dinheiro, tinha que pagar apenas o material da estátua, graças à generosidade do Laércio Alves (escultor) e os banners, mas ninguém colaborou conosco.
O DIA: Você está decepcionada com as pessoas?
TEREZA: Fico triste por não haver reconhecimento. Sempre disse que meu sonho era que na abertura da Copa fosse feita uma homenagem aos jogadores de 50, mas a Fifa, a CBF não fizeram nada. Eles só pensam em ganhar milhões. Eles têm dinheiro, mas são muito pobres de espírito.
O DIA: Que lições os jogadores podem ter desse vexame?
TEREZA: A Seleção de 50 perdeu a final de forma digna, de cabeça em pé. Não tinham bicho, psicólogo, preparador de goleiros, as mordomias de hoje. Os jogadores de 50 viajavam de ônibus, eram simples. O Barbosa tinha o maior orgulho de ser vice campeão mundial. Para ele, era uma honra. Eram outros valores.
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