Quem apostava que uma ‘guerra santa’ pudesse implodir a campanha da evangélica Marina Silva (PSB), perdeu. Setores da Igreja Católica — os mais conservadores e mais capilarizados, como a Renovação Carismática — trabalharão a favor da ex-senadora, após a desidratação do candidato do PSDB, Aécio Neves.
Para isso, aguardam apenas o dia 16 de setembro, quando ocorrerá debate, entre oito presidenciáveis, promovido pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Aparecida, São Paulo. Até lá, serão realizadas vigílias por todo o país para firmar a articulação.
A favor da ex-senadora, estão posições com as quais os dois lados compartilham: a rejeição ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, à descriminalização das drogas, às políticas que facilitem o aborto e ao uso de células-tronco embrionárias. Sobre os dois últimos temas, os candidatos serão provocados a se posicionar.
A rejeição ao PT abafará qualquer resistência ao fato de a candidata ser fiel da Igreja Assembleia de Deus. “Ela está evangélica, mas, antes, foi batizada na Igreja Católica e quase tornou-se freira”, justificou um deles, que também não acredita numa possível intolerância religiosa com a Igreja Católica, caso venha a ser eleita. “Ela mantém bom diálogo com bispos e padres. Alguns estão radiantes”, confirma. - “Ninguém a vê como evangélica, justamente porque ela não tem utilizado a religião para fazer política, embora nunca tenha negado a fé em Deus”, observou outro padre carioca.
Cinco interlocutores próximos à CNBB concordam que, hoje, o grupo “realmente forte de doutrinação política” — expressão usada por dois deles — e com grande capacidade de mobilização dentro da Igreja é a Renovação Carismática.
Eles conseguem exercer certa pressão, inclusive, nos bispos ainda simpáticos ao PT, que nasceu a partir das Comunidades Eclesiais de Base, no fim da década de 1970. “Mesmo as pastorais, onde o petismo de certa forma ainda resiste, tem sua capacidade de articulação voltada mais para fora dos muros”, explica um interlocutor.
O que poderia ser um choque entre as ideias da CNBB e Marina Silva, a defesa ou não da exposição de símbolos religiosos em locais públicos, não tem peso, na opinião do cientista político Paulo Baía, professor da UFRJ. O tema será proposto no debate e os evangélicos rejeitam os ‘santos’. - “Ela sempre conviveu bem com isso e pode utilizar o argumento católico de estado laico. Não será problema”, garante o professor, ressaltando que oficialmente os bispos não declararão voto a nenhum dos candidatos. “Mas internamente, a postura é outra”, ressalta.
Se eleita, Marina será a primeira evangélica a assumir a Presidência. O general Ernesto Geisel, luterano, era protestante. Fernando Henrique Cardoso e Dilma Rousseff, ateus. Lula e os outros, católicos. (O Dia)
Para isso, aguardam apenas o dia 16 de setembro, quando ocorrerá debate, entre oito presidenciáveis, promovido pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Aparecida, São Paulo. Até lá, serão realizadas vigílias por todo o país para firmar a articulação.
A rejeição ao PT abafará qualquer resistência ao fato de a candidata ser fiel da Igreja Assembleia de Deus. “Ela está evangélica, mas, antes, foi batizada na Igreja Católica e quase tornou-se freira”, justificou um deles, que também não acredita numa possível intolerância religiosa com a Igreja Católica, caso venha a ser eleita. “Ela mantém bom diálogo com bispos e padres. Alguns estão radiantes”, confirma. - “Ninguém a vê como evangélica, justamente porque ela não tem utilizado a religião para fazer política, embora nunca tenha negado a fé em Deus”, observou outro padre carioca.
Cinco interlocutores próximos à CNBB concordam que, hoje, o grupo “realmente forte de doutrinação política” — expressão usada por dois deles — e com grande capacidade de mobilização dentro da Igreja é a Renovação Carismática.
Eles conseguem exercer certa pressão, inclusive, nos bispos ainda simpáticos ao PT, que nasceu a partir das Comunidades Eclesiais de Base, no fim da década de 1970. “Mesmo as pastorais, onde o petismo de certa forma ainda resiste, tem sua capacidade de articulação voltada mais para fora dos muros”, explica um interlocutor.
O que poderia ser um choque entre as ideias da CNBB e Marina Silva, a defesa ou não da exposição de símbolos religiosos em locais públicos, não tem peso, na opinião do cientista político Paulo Baía, professor da UFRJ. O tema será proposto no debate e os evangélicos rejeitam os ‘santos’. - “Ela sempre conviveu bem com isso e pode utilizar o argumento católico de estado laico. Não será problema”, garante o professor, ressaltando que oficialmente os bispos não declararão voto a nenhum dos candidatos. “Mas internamente, a postura é outra”, ressalta.
Se eleita, Marina será a primeira evangélica a assumir a Presidência. O general Ernesto Geisel, luterano, era protestante. Fernando Henrique Cardoso e Dilma Rousseff, ateus. Lula e os outros, católicos. (O Dia)
Era só o que faltava para a oposição vencer a eleição presidencial. Misturar política com religião. E é bom saber que eleitores ferrenhos contra o atual governo se bandeiam para um lado que sempre foram contra; votar na rainha da floresta, A Mentirosa.
ResponderExcluirA ganância dos políticos, aliada ao fanatismo, traz consigo esse tipo de fragilidade mental.
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