Belos cabelos castanhos, corpo escultural e memoráveis olhos verdes, que consagraram a maquiagem “gatinho” até hoje copiada por mulheres do mundo todo. Os atributos físicos da atriz Sophia Loren já seriam suficientes para torná-la uma das mulheres mais famosas e desejadas do mundo. Interpretações memoráveis, porém, fizeram dela não apenas uma mulher cobiçada, mas também uma das atrizes mais importantes da história do cinema. Não à toa, os 80 anos da musa do cinema italiano, celebrados ontem, 20, serão marcados por homenagens como a preparada por um importante fã mexicano: o empresário Carlos Slim, que vem a ser o homem mais rico do mundo, organizou uma exposição especial no Museu Soumaya, propriedade sua no México, para festejar a data. A mostra depois deve ser exportada.
Carlo Ponti, diretor de cinema italiano, e sua esposa, Sophia Loren
Sophia Loren nasceu Sofia Scicolone, em Roma, em 20 de setembro de 1934. Filha de Riccardo Scicolone e da atriz Romilda Villani, Sophia e a irmã, Maria Scicolone, cresceram sem o pai, que já era casado e não assumiu a família ao lado de Romilda. Desamparada, a mãe das garotas, que era constantemente comparada à sueca Greta Garbo nas ruas, retornou para a casa da família na pequena cidade de Pozzuoli, em Nápoles. Lá, elas viveram um longo período de pobreza, efeito da devastação causada pela Segunda Guerra Mundial no país. “Minha vida não é um conto de fadas, ainda é doloroso falar sobre isso”, disse Sophia à revista americana Vanity Fair, em 2012. Na época, o voluptuoso corpo da atriz não existia. De tão magra, ela ganhou o apelido de “Sofia palito de dente” na escola. Aos 14 anos, a vida da jovem começa a mudar. Incentivada pela mãe, ela participa de um concurso de beleza, onde ganha o primeiro lugar, uma passagem para Roma e 35 dólares. Na capital italiana, ela consegue trabalhos como modelo em revistas e fotonovelas. Logo, é descoberta pelo produtor de cinema Carlo Ponti, com quem acabaria se casando mais tarde, apesar da diferença de idade de 22 anos. Para abandonar o sobrenome Scicolone, considerado pouco glamouroso, a atriz começa a ser creditada nos filmes como Sofia Lazzaro. Boatos com jeitão de folclore sustentam que o novo nome seria uma referência ao personagem bíblico Lázaro, que é ressuscitado por Jesus — já que, com sua beleza marcante, Sophia poderia ressuscitar mortos. Pouco depois, Lazzaro virou Loren, transição inspirada na atriz sueca Märta Torén, popular na época.
Sob a tutela de Ponti, a atriz participou de mais de vinte filmes entre 1950 e 1953, e subiu rapidamente de figurante para o cargo protagonista, quando conquistou a personagem título de Aida (1953), após a atriz Gina Lollobrigida, apontada como sua rival, desistir do papel. Na época, aos 19 anos, ela se tornou amante de Ponti, que era casado.
A partir daí, Sophia, já considerada um símbolo sexual em uma época sem Photoshop e em que os corpos pouco se desnudavam, estrelou outras importantes produções italianas, como A Favorita (1953), Duas Noites com Cleópatra (1954) e A Invasão dos Bárbaros (1954). Em Hollywood, sua carreira deslancha em 1957, com os filmes A Lenda da Estátua Nua (1957), A Lenda dos Desaparecidos (1957), e Orgulho e Paixão (1957).
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