Uma das mais importantes vitórias do povo paraense contra a mentira e a baixaria. Assim Simão Jatene classificou o pleito eleitoral do último domingo, que o reelegeu governador do Pará, em entrevista concedida ontem à jornalista Priscila Castro, durante o Jornal Liberal 1ª Edição, da TV Liberal, afiliada da Globo. Telespectadores de todo o estado fizeram perguntas relacionadas à segurança, saúde, educação, entre outros temas, respondias ao vivo pelo governador reeleito. Jatene iniciou a entrevista agradecendo pelos mais de 1,8 milhão de votos.
“Algumas pessoas me perguntaram como eu poderia explicar o fato de ter tido 50 mil votos a menos (que o adversário) no primeiro turno, e mais de 130 mil (a mais) no segundo turno. A resposta é simples, pois, no segundo turno eram apenas dois candidatos, e as pessoas puderam comparar”, esclareceu, frisando que a escolha foi além do candidato ou de seu partido. Jatene afirmou, ainda, que as pessoas de bem precisam ingressar na política para que seja possível construir uma sociedade melhor.
“Algumas pessoas me perguntaram como eu poderia explicar o fato de ter tido 50 mil votos a menos (que o adversário) no primeiro turno, e mais de 130 mil (a mais) no segundo turno. A resposta é simples, pois, no segundo turno eram apenas dois candidatos, e as pessoas puderam comparar”, esclareceu, frisando que a escolha foi além do candidato ou de seu partido. Jatene afirmou, ainda, que as pessoas de bem precisam ingressar na política para que seja possível construir uma sociedade melhor.
Qual balanço o senhor faz destes quatro anos de governo e
quais são os planos para o secretariado? Já é possível pensar em
mudanças?
É claro que depois de quatro anos, se você tiver compromisso com a
verdade e for honesto sobretudo consigo mesmo, vai admitir que tem
coisas que avançaram mais e outras que avançaram menos. Algumas coisas
simplesmente não avançaram como se tinha imaginado. Acho que precisamos
ter coragem de dizer isso. E isso é o que estamos avaliando. Então o
governo será diferente, sim. Teremos algumas áreas que serão
rediscutidas; inclusive a necessidade ou não de permanência delas, ao
passo que outras certamente vamos discutir a necessidade de incluir.
Vamos, sim, ter mudança, principalmente no que tange os mecanismos de
comunicação com a sociedade. Temos que melhorá-los, e muito, para que a
sociedade saiba não apenas o que está sendo feito, mas também nos ajudar
a melhorar a qualidade dos serviços.
E o que seria prioridade nesta provável mudança?
A prioridade, não da mudança, mas sim do governo, são as obras. Tem
muitas obras em andamento, seja na área da saúde, da educação, na área
da segurança, do transporte. Nós investimos muito em transporte. Não que
eu seja apaixonado pelo transporte, mas, se não houver estradas e
transporte, você não tem economia. Se não tivermos economia, não teremos
renda, nem emprego, nem salário, e tampouco elevação de qualidade de
vida. Então essa cadeia precisa ser percebida pelas pessoas. Se não
tivermos a economia, não vamos ter como manter a saúde.
Por falar na saúde, este foi um dos temas mais discutidos ao
longo da campanha. O que fazer para atenuar os problemas nessa pasta?
Avançamos bastante na área da saúde, sobretudo na construção de
hospitais. Agora, precisamos avançar na questão do atendimento. Esse é
nosso desafio, e, sem dúvida alguma, pressupõe um longo trabalho com
cada um, e com todos os servidores do Estado. Ninguém é obrigado a ser
servidor público. Sê-lo é uma opção mais do que de carreira
profissional, e sim de vida. Então cada um tem que entender isso.
Além da saúde, que projetos seriam a prioridade para este início de novo mandato?
Temos três pontos chaves a serem trabalhados neste momento: a
conclusão das obras, a melhoria nos mecanismos de comunicação com a
sociedade, e formatar o projeto de implantação dos centros regionais de
governo, pra que a ação do estado esteja mais próximo das pessoas e das
regiões. Também vamos criar uma grande cruzada na defesa dos interesses
do estado do Pará.
Como se daria isso, haja vista este ser um problema histórico?
O Pará não pode continuar contribuindo com o desenvolvimento
brasileiro à custa da pobreza de sua gente. É algo que não tem como não
se tratar de forma muito dura. Como você acha que um estado que tem a
marca de ser um grande exportador de minério, grande produtor de
energia, grande produtor de madeira e produtos florestais, grande
produtor de gado, ter um orçamento per capita mais baixo do Brasil,
porque não é compensado pela exportações de seus produtos? Não me venham
aqueles que continuam insistindo no besteirol de afirmar que isso tudo
foi criado no governo de Fernando Henrique, pois o Brasil era outro
naquele momento. Ali, a compensasão chegava a pouco mais de um terço.
Hoje, chega sequer a 10% do que estamos exportando. Então não dá para
transferir a responsabilidade para esconder a fragilidade. Precisa a
sociedade paraense se unir, em torno das grandes causas e em defesa dos
interesses do Pará.
Além das dificuldades já mencionadas, relacionadas ao governo
Federal, o senhor ainda tem mais um desafio, que é a bancada de
oposição da Assembleia Legislativa. Declarados, pelo menos onze dos 41
deputados comporão a bancada oposicionista. Como o senhor avalia esse
cenário?
Não vejo uma bancada fortalecida, mas espero, assim como já fiz no
passado, que a oposição, tenha lá o “P” que tiver como indicativo, que o
Pará é maior que qualquer partido ou liderança política. Acho que este é
o grande desafio. Sempre tratei a oposição com muito respeito, e
continuarei à disposição de conversar com partidos, e não com facções
que só têm o objetivo de atender seus próprios interesses e caprichos
pessoais. Esses, para mim, não são fazem de partidos. Eles podem ter
qualquer apelido, que prefiro nem qualificar.
O senhor perdeu as eleições nos colégios eleitorais de
Santarém e Marabá. A que fatores o senhor atribui essa derrota e o que
fazer para governar para todo o Pará?
A utilização incorreta, desonesta e falaciosa da questão da divisão
justifica esse resultado. Tentaram mais uma vez criar conflitos entre
populações do mesmo estado, o que não é bom e nem correto. O discurso do
outro candidato era um em cada região, por isso teve a votação que teve
em Belém. O Estado não precisa desse tipo de coisa. Precisamos
enfrentar isso com maturidade e responsabilidade, e sem politicagem. É
fundamental que a União assuma a sua responsabilidade, ao invés de nos
transformar em cobaia e ficar jogando irmão contra irmão aqui no
estado. (Fonte: Jornal Amazônia)
Nenhum comentário:
Postar um comentário