Por Leda Nagle no jornal O Dia/RJ
O calor, o amor pela cultura e a deliciosa comida paraense são fortíssimos. Todo mundo sabe. Mas não são mais fortes que a força da fé vivida no Círio de Nazaré. É tão impactante que fica difícil traduzir o Círio em palavras. No aeroporto de Belém, antes de embarcar, de volta ao Rio, encontro Paulo, um amigo carioca que vai ao Círio há mais de 20 anos e que tenta me explicar o acontecimento numa só palavra: o Círio é como um susto. Você conta para as pessoas que tomou um susto, elas entendem, mas jamais terão a dimensão do que você sentiu. Perfeito.
E o que você sente no Círio, milhões de pessoas que seguem Nossa Senhora de Nazaré, por três vezes em dois dias, também sentem. Uma emoção profunda. Um clima de fé tocante. Na manhã de sábado, no Círio Fluvial a Rainha da Amazônia recebe honras de chefe de Estado. À tardinha na cerimônia da transladação, quando a pequena imagem segue para a Catedral da Sé , a sensação se repete. E na manhã do segundo domingo de outubro, na maior demonstração de fé que já vi na vida, Nossa Senhora faz o caminho de volta seguida por mais de dois milhões de fiéis . Levada por romeiros de pés descalços, puxando a corda, seguidos pela massa humana, num clima de paz e confraternização fácil de viver e difícil de descrever.
Aquela multidão rezando e cantando é de arrepiar. As pessoas apertadas, coladas umas às outras, emocionadas, fazem a gente acreditar que o ser humano pode sobreviver com muito pouco mas não pode viver sem fé. E não estou falando só da fé católica. Vi judeus puxando a corda e ouvi evangélicos tocados pela emoção confessarem respeito pela fé, mesmo sem mencionar a imagem da Santa.
Nesta multidão que reúne velhos e crianças, gente rica e gente simples, só há espaço para reverenciar o que compôs Almirzinho Gabriel: “Naza, Nazarezinha, Nazaré Rainha, Mãe da terra, Mãezinha, me ajuda a cuidar”. A sensação de paz, a inexistência de brigas , apesar da multidão, do calor, da sede deixam quem vem de fora sinceramente perplexo. Os desmaios que acontecem por conta do calor e do aperto são prontamente atendidos por milhares de voluntários da Cruz Vermelha, que circulam pela multidão, carregando macas de lona, enroladas como se fossem um palitos gigantes, que são abertas quando há necessidade, num espaço mágico que a multidão cria, num gesto de solidariedade, generoso e coerente com a fé .
Padre Fábio de Melo escreveu sobre estes dois dias que cantou com Fafá de Belém: “ Senhora de Nazaré, Tu és Rainha, e tens no manto as cores do açaí. Soberana e tão humana, tão mulher, Tão Mãe de Deus. O mistério encarnado continuas revelando e por isso hoje é Círio outra vez”. Ano que vem, tem mais. Eu vou. Se Naza deixar.
O calor, o amor pela cultura e a deliciosa comida paraense são fortíssimos. Todo mundo sabe. Mas não são mais fortes que a força da fé vivida no Círio de Nazaré. É tão impactante que fica difícil traduzir o Círio em palavras. No aeroporto de Belém, antes de embarcar, de volta ao Rio, encontro Paulo, um amigo carioca que vai ao Círio há mais de 20 anos e que tenta me explicar o acontecimento numa só palavra: o Círio é como um susto. Você conta para as pessoas que tomou um susto, elas entendem, mas jamais terão a dimensão do que você sentiu. Perfeito.
E o que você sente no Círio, milhões de pessoas que seguem Nossa Senhora de Nazaré, por três vezes em dois dias, também sentem. Uma emoção profunda. Um clima de fé tocante. Na manhã de sábado, no Círio Fluvial a Rainha da Amazônia recebe honras de chefe de Estado. À tardinha na cerimônia da transladação, quando a pequena imagem segue para a Catedral da Sé , a sensação se repete. E na manhã do segundo domingo de outubro, na maior demonstração de fé que já vi na vida, Nossa Senhora faz o caminho de volta seguida por mais de dois milhões de fiéis . Levada por romeiros de pés descalços, puxando a corda, seguidos pela massa humana, num clima de paz e confraternização fácil de viver e difícil de descrever.
Aquela multidão rezando e cantando é de arrepiar. As pessoas apertadas, coladas umas às outras, emocionadas, fazem a gente acreditar que o ser humano pode sobreviver com muito pouco mas não pode viver sem fé. E não estou falando só da fé católica. Vi judeus puxando a corda e ouvi evangélicos tocados pela emoção confessarem respeito pela fé, mesmo sem mencionar a imagem da Santa.
Nesta multidão que reúne velhos e crianças, gente rica e gente simples, só há espaço para reverenciar o que compôs Almirzinho Gabriel: “Naza, Nazarezinha, Nazaré Rainha, Mãe da terra, Mãezinha, me ajuda a cuidar”. A sensação de paz, a inexistência de brigas , apesar da multidão, do calor, da sede deixam quem vem de fora sinceramente perplexo. Os desmaios que acontecem por conta do calor e do aperto são prontamente atendidos por milhares de voluntários da Cruz Vermelha, que circulam pela multidão, carregando macas de lona, enroladas como se fossem um palitos gigantes, que são abertas quando há necessidade, num espaço mágico que a multidão cria, num gesto de solidariedade, generoso e coerente com a fé .
Padre Fábio de Melo escreveu sobre estes dois dias que cantou com Fafá de Belém: “ Senhora de Nazaré, Tu és Rainha, e tens no manto as cores do açaí. Soberana e tão humana, tão mulher, Tão Mãe de Deus. O mistério encarnado continuas revelando e por isso hoje é Círio outra vez”. Ano que vem, tem mais. Eu vou. Se Naza deixar.
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