Por Siro Darlan, desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e Coordenador Rio da Associação Juízes para a Democracia
O Papa Francisco fez uma autocrítica da Igreja Católica enumerando 15
"enfermidades" que acometem qualquer corporação ou grupo humano,
afirmando que: "Uma Cúria que não faz autocrítica, não se atualiza e não
tenta melhorar é um corpo doente". Podemos aplicar essa reflexão a
nossa magistratura, com o perigo de causar um certo desconforto àqueles
que se acham acima do bem e do mal. Mas já que estamos virando o ano
seria bom usar uma certa analogia.
1. Sentir-se imortal ou indispensável:
Recentemente foram vários casos de magistrados que se colocaram acima
das leis como se não fossem obrigados a cumprir e fazer cumprir a
Constituição e as leis como qualquer cidadão. E como afirma Francisco,
os magistrados também são como os aviões, só são notícias quando caem.
2. Martalismo: Lembrando
a passagem da Bíblia que se refere a Marta, também os juízes são
acometidos pelo excesso de trabalho e as cobranças constantes por
produção que os leva ao estresse e a má qualidade dos julgamentos.
3. Dura mentalidade: Quando
alguém perde a serenidade interior, a vivacidade e a audácia e se
esconde atrás de papéis, deixando de serem intérpretes da lei do nosso
tempo para serem meros repetidores das normas sem se dar conta que
nossos julgamentos são de homens como nós somos.
Mais aqui > Os males que afetam a magistratura
Nenhum comentário:
Postar um comentário