No jornal Folha de São Paulo, edição de 20.02.2015 - autora da matéria é a jornalista santarena Ronilma Santos.
Eleita a praia mais bonita do Brasil pelo jornal britânico "The Guardian", Alter do Chão, no Pará, está contaminada com coliformes fecais. O distrito de Santarém pode ter sua principal praia de água doce, na ilha do Amor, interditada.
Desde janeiro, oito casos de hepatite A foram comprovados e 11 estão em análise. A água contaminada também pode provocar diarreia e doenças de pele.
A vila, que fica a cerca de 25 quilômetros de Santarém, tem cerca de 3.000 habitantes. Em setembro, quando acontece um festival local, chega a receber 80 mil turistas.
Antes do Carnaval, o Ministério Público pediu a interdição de quatro locais. A Justiça, no entanto, deu prazo até esta segunda-feira (23) para que a prefeitura apresente um plano para resolver o problema.
"É algo muito preocupante, porque muitas das amostras coletadas são de água utilizada diretamente para o consumo, sem passar por nenhum tipo de tratamento", afirma a pesquisadora Graciane Fernandes, da Ufopa (Universidade Federal do Oeste do Pará).
A análise, feita pela universidade a pedido do Ministério Público, apontou a presença de coliformes em quatro pontos de Alter: praia do Amor (em frente à vila), Cabeceira do Macaco (igarapé) e praia do Centro de Atendimento ao Turista, além dos bebedouros da principal escola da vila.
"Se a água não pode ser consumida, também não pode ser usada para banho, porque há risco de ingestão", diz a pesquisadora.
O autônomo César Ferreira, 35, pai de Sula Melissa, 7, acredita que a menina tenha contraído hepatite no bebedouro da escola. "Começou com vômito, diarreia e muita fraqueza. Trocaram os filtros de lá, mas a gente fica preocupado ainda, porque não sabe como está a situação aqui na vila", diz ele.
Estação de tratamento
Para o promotor Tulio Novaes, a raiz do problema é a falta de saneamento. - "Para que não despejem mais matéria fecal no lago, é necessário que seja construída uma estação de tratamento de esgoto na vila", afirma.
Hoje, barcos de turismo jogam dejetos diretamente na água do rio Tapajós, e as casas da vila não possuem coleta de esgoto.
A pesquisadora afirma que as praias já deveriam estar sinalizadas para alertar os banhistas sobre os riscos. "Pior que a interdição da praia é a omissão de informações. Com as bandeiras, o banhista decide se entra ou não na água."
Graciane Fernandes reclama também da falta de apoio do poder público e da comunidade, que entendem, segundo ela, que o laudo divulgado pela universidade é uma tentativa de manchar a imagem do local. - "Eu, particularmente, não gostaria de continuar [com as análises] sem que haja um comprometimento do poder público", afirma.
Desde janeiro, oito casos de hepatite A foram comprovados e 11 estão em análise. A água contaminada também pode provocar diarreia e doenças de pele.
A vila, que fica a cerca de 25 quilômetros de Santarém, tem cerca de 3.000 habitantes. Em setembro, quando acontece um festival local, chega a receber 80 mil turistas.
Antes do Carnaval, o Ministério Público pediu a interdição de quatro locais. A Justiça, no entanto, deu prazo até esta segunda-feira (23) para que a prefeitura apresente um plano para resolver o problema.
"É algo muito preocupante, porque muitas das amostras coletadas são de água utilizada diretamente para o consumo, sem passar por nenhum tipo de tratamento", afirma a pesquisadora Graciane Fernandes, da Ufopa (Universidade Federal do Oeste do Pará).
A análise, feita pela universidade a pedido do Ministério Público, apontou a presença de coliformes em quatro pontos de Alter: praia do Amor (em frente à vila), Cabeceira do Macaco (igarapé) e praia do Centro de Atendimento ao Turista, além dos bebedouros da principal escola da vila.
"Se a água não pode ser consumida, também não pode ser usada para banho, porque há risco de ingestão", diz a pesquisadora.
O autônomo César Ferreira, 35, pai de Sula Melissa, 7, acredita que a menina tenha contraído hepatite no bebedouro da escola. "Começou com vômito, diarreia e muita fraqueza. Trocaram os filtros de lá, mas a gente fica preocupado ainda, porque não sabe como está a situação aqui na vila", diz ele.
Estação de tratamento
Para o promotor Tulio Novaes, a raiz do problema é a falta de saneamento. - "Para que não despejem mais matéria fecal no lago, é necessário que seja construída uma estação de tratamento de esgoto na vila", afirma.
Hoje, barcos de turismo jogam dejetos diretamente na água do rio Tapajós, e as casas da vila não possuem coleta de esgoto.
A pesquisadora afirma que as praias já deveriam estar sinalizadas para alertar os banhistas sobre os riscos. "Pior que a interdição da praia é a omissão de informações. Com as bandeiras, o banhista decide se entra ou não na água."
Graciane Fernandes reclama também da falta de apoio do poder público e da comunidade, que entendem, segundo ela, que o laudo divulgado pela universidade é uma tentativa de manchar a imagem do local. - "Eu, particularmente, não gostaria de continuar [com as análises] sem que haja um comprometimento do poder público", afirma.
A Prefeitura de Santarém foi procurada, mas não atendeu a reportagem.
Leia também>Prefeitura divulga medidas para evitar contaminação de praia no Pará
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