“Minha linda, minha Ana, você desperta em mim o encanto pela vida, você me enternece, e a ternura faz de mim um ser humano melhor. Mas você desperta em mim os instintos mais deliciosamente primitivos”, disse o presidente de honra do PTB.
Antes dos risos motivados pela citação irônica, Jefferson havia chorado ao lembrar o processo, o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, o câncer no pâncreas e a condenação a sete anos e 14 dias de prisão. - “(Ana) Sofreu ao meu lado as mais duras penas da minha vida. Nunca se lastimou, nunca se lamentou, nunca reclamou. Enfrentou com serenidade a CPI do Mensalão, a minha cassação na Câmara dos Deputados, o processo criminal, o tratamento do câncer, a minha condenação judicial e a minha prisão. Jamais se queixou, jamais blasfemou.”
Chorando, Roberto Jefferson lê declaração para noiva Ana Lúcia Novaes
Lobo Mau - Após a cerimônia, os convidados almoçaram. Jefferson costuma dizer que se sentiu como o Lobo Mau ao se apaixonar por Ana, que gosta de sapatos vermelhos, e escolheu um par desta cor para o casamento. A brincadeira foi parar no bolo: os bonequinhos no topo traziam, no lugar do noivo, um Lobo Mau na coleira, preso pela noiva. Docinhos também estampavam a imagem do lobo. Dentro do clima, o casal, após as fotos na casa de festas Ilha de Capri, na cidade de Três Rios (123 quilômetros do Rio), entrou no salão dançando ao som de “Born to be wild” (Nascido para ser selvagem). Jefferson, em discurso, agradeceu aos presentes e ordenou: “Vamos celebrar o amor”. “Ela me meteu na coleira. Deus me dê a força da emoção que estou sentindo para o desempenho na lua de mel hoje”, brincou.
Poucos políticos estiveram na festa: os deputados Benito Gama (BA), Campos Machado (SP) e Cristiane Brasil (RJ, filha de Jefferson), todos do PTB. “Não é uma festa política”, disse o noivo ao chegar.
Convidados deram aos noivos garrafas de champanhe Veuve Clicquot, que seriam servidas na festa. Mas Jefferson decidiu que não seria conveniente bebida tão cara no casamento. Serviu o espumante nacional Chandon e a cava (espumante espanhol) Freixenet. A comemoração custou R$ 100 mil, calcula o noivo, que reclama: “Querem botar preço no meu amor, e meu amor não tem preço”.
Jefferson cantou dois clássicos românticos. Para a chegada da noiva escolheu “Fascinação”. Para a troca de alianças, “Dio come ti amo”. “São músicas marcantes na nossa vida”, disse Ana.
Jefferson se irrita quando chamado de delator do mensalão. “Delação premiada é coisa de canalha”, repete. Ele afirma ter feito uma denúncia pública e que foi condenado a pena mais dura que outros políticos envolvidos. Em prisão domiciliar autorizada no dia 15, pelo menos uma vez por mês ele tem que se apresentar à Vara de Execuções Penais e é proibido de sair à noite, frequentar reuniões públicas e encontros partidários. Também não pode ingerir bebidas alcoólicas, mas já não bebe há dez anos.
Jefferson e Ana estavam alheios às agruras políticas. Sobre o futuro político, o noivo desconversou. “O bastão agora está com Cristiane.”
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