Para evitar vazamentos da reunião, como o ocorrido no encontro com os religiosos, em São Paulo, quando Lula afirmou que ele e Dilma estavam "no volume morto", o presidente do PT, Rui Falcão, pediu que todos deixassem os celulares fora da sala.
Enquanto Lula tentava descobrir uma solução para a crise política, que se agrava a cada dia, a presidente Dilma Rousseff se encontrava com o colega norte-americano Barack Obama, em Washington.
Mercadante - À tarde, horas antes de se reunir com deputados e senadores do PT, na tentativa de dar voz de comando à bancada petista no Congresso, Lula telefonou para o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e não escondeu a preocupação com o governo. Mercadante teve o nome citado pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC e delator do esquema de corrupção na Petrobrás.
Lula sempre defendeu a saída de Mercadante da articulação política do governo. O vice-presidente Michel Temer assumiu esse papel, mas Lula e Mercadante ainda se estranham. Agora, o ex-presidente avalia que, se houver mais desdobramentos da Lava Jato, será preciso fazer mudanças na equipe de Dilma.
Pessoa disse que Mercadante recebeu R$ 250 mil "por fora" na campanha ao governo de São Paulo, em 2010. O ministro negou com veemência a acusação e contou ter recebido R$ 500 mil, em duas contribuições "legais e registradas" de R$ 250 mil cada uma. O delator também citou o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, em seu depoimento ao Ministério Público. Segundo Pessoa, a UTC repassou a Edinho - que era tesoureiro da campanha de Dilma, em 2010 - R$ 7,5 milhões, segundo a Revista Veja. Conforme revelou o estadão.com.br na sexta-feira, Pessoa diz ter repassado, via caixa 2, R$ 3,6 milhões aos ex-tesoureiros petistas José de Filippi, responsável pelas contas da campanha de Dilma em 2010, e João Vaccari Neto entre 2010 e 2014. A quantia foi doada, de acordo com Pessoa, porque Edinho teria feito uma ameaça. "O senhor quer continuar tendo contratos com a Petrobrás?", perguntou o então tesoureiro, segundo o empreiteiro. Edinho desmente.
Na tentativa de encontrar uma solução para o momento que chamou de "dramático", Lula também se reuniu ontem com o jornalista João Santana. Marqueteiro que ajudou a reeleger Dilma, Santana está atuando na campanha presidencial de José Manuel De La Sota, na Argentina, mas concordou em produzir o programa de TV do PT, que irá ao ar no dia 6 de agosto.
Na manhã de hoje, ele tem um café marcado com o presidente do Senado,Renan Calheiros (PMDB-AL). Apesar de aliado, Renan tem criado muitos problemas ao Planalto desde que o seu nome entrou na lista dos investigados na Lava Jato. (Estadão)
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