O Papa Francisco realizou na manhã de ontem (24) o primeiro
discurso de um papa no Congresso dos Estados Unidos, como parte de sua
agenda durante sua primeira visita ao país. Em seu duscurso, o Papa
pediu o fim da "mentalidade de hostilidade" contra os imigrantes, falou
sobre o fundamentalismo religioso, a necessidade de proteger as pessoas
mais vulneráveis e a luta pela igualdade na sociedade norte-americana.
Além da importância política, país de Obama tem hoje a 4ª maior população de súditos de Francisco
O pontífice também voltou a tocar no tema da mudança climática,
que divide republicanos e democratas nos EUA. Para ele, o Congresso dos
EUA tem um importante papel a cumprir na luta contra os danos
ambientais causados pela atividade humana, e pediu "ações valentes"
neste sentido. “Estou convencido de que podemos fazer a diferença e não
tenho nenhuma dúvida de que os EUA e este Congresso devem ter um papel
importante”.
Em outro assunto polêmico, o Papa pediu a abolição global da pena de
morte. "Estou convencido de que este é o melhor modo, já que toda vida é
sagrada", disse. Em referência ao aborto e à eutanásia, ele afirmou que
a humildade deve “proteger e defender a vida humana em todos os estágios
de seu desenvolvimento.” Francisco se disse ainda preocupado com o futuro dos casamentos e
famílias, visto que “relações fundamentais estão sendo questionadas”.
"A família foi essencial para construir esse país. E merece todo nosso apoio e encorajamento. Mesmo assim, não oculto minhas preocupações quanto à família, que está ameaçada, talvez como nunca antes, do lado de dentro e do lado de fora", afirmou, segundo a agência France Presse.
O pontífice iniciou seu discurso falando diretamente aos parlamentares, sobre seu dever em defender e preservar a dignidade da população, e estimular o crescimento de todos os membros da sociedade, principalmente aqueles mais vulneráveis.
"A família foi essencial para construir esse país. E merece todo nosso apoio e encorajamento. Mesmo assim, não oculto minhas preocupações quanto à família, que está ameaçada, talvez como nunca antes, do lado de dentro e do lado de fora", afirmou, segundo a agência France Presse.
O pontífice iniciou seu discurso falando diretamente aos parlamentares, sobre seu dever em defender e preservar a dignidade da população, e estimular o crescimento de todos os membros da sociedade, principalmente aqueles mais vulneráveis.
"Eu gostaria não apenas de falar com vocês parlamentares, mas através
de vocês, com toda a população dos EUA. Queria esta oportunidade para
dialogar com milhares de mulheres e homens. Eles não estão apenas
pagando seus impostos, mas em seu próprio modo sustentam a vida em
sociedade", disse Francisco. Ele pediu que o Congresso dê esperança para as pessoas que estão “presas no ciclo da pobreza”.
Imigração - Após falar sobre o tema da imigração em outras ocasiões durante sua
visita aos EUA, o Papa tocou novamente no assunto, lembrando que ele é
filho de imigrantes, assim como alguns dos presentes no Congresso. "Não
devemos repetir os pecados e os erros do passado. Devemos resolver viver
agora de maneira tão nobre e justa quanto possível, enquanto educamos
novas gerações."
Ele pediu que o Congresso rejeite a “mentalidade de hostilidade” em
relação aos imigrantes e reconheça que as pessoas que querem se mudar
para os Estados Unidos são pessoas que estão tentando melhorar suas vidas e as de suas famílias.
“Construir uma nação pede que reconheçamos que nós precisamos nos
relacionar constantemente com os outros, rejeitando uma mentalidade de
hostilidade para poder adotar uma de subsidiaridade recíproca”, disse
Francisco.
Para ele, a crise dos refugiados é algo sem precedentes desde a Segunda
Guerra Mundial, e o drama no continente americano representa “grandes
desafios e decisões difíceis”. Para ele, é necessário não deixar-se
intimidar por números, e adotar uma reposta que os trate de um modo
sempre “humano, justo e fraternal”.
Francisco pediu vigilância contra qualquer tipo de fundamentalismo, e
advertiu que “nenhuma religião é imune às diversas formas de aberração
individual ou extremismo religioso”. “Combater a violência realizada em
nome de uma religião, uma ideologia, ou um sistema econômico e, ao mesmo
tempo, proteger a liberdade das religiões, das ideias, e das pessoas
requer um delicado equilíbrio sobre o qual temos que trabalhar”,
afirmou.
O Papa assinalou que este ano marca o 120º aniversário do assassinato
do presidente Abraham Lincoln, o “guardião da liberdade”, e também
lembrou da marcha de Martin Luther King saindo de Selma realizada há 50
anos, como parte de seu sonho de que os afro-americanos tivessem
direitos na América.
"Esse sonho continua a nos inspirar, e estou feliz
de saber que a América continua a ser para muitos a ‘terra dos sonhos’.”
Participaram da sessão conjunta do Congresso diversas autoridades, como
os responsáveis do Supremo Tribunal, os presidentes do Senado e da
Câmara dos Representantes, o Secretário de Estado e o decano do Corpo
Diplomático.
Desabrigados - Após o discurso no Congresso, o Papa apareceu no balcão e
saudou a multidão que o aguardava em frente ao prédio. Ele disse estar
feliz por ver crianças e pediu, como costuma fazer, para que os fieis
rezem por ele.
"Senhor, abençoe este povo, abençoe a cada um deles, abençoe a suas
famílias, dê a eles o que mais necessitam, e peço a vocês o favor de
rezarem por mim", afirmou. "Aos que não creem ou não podem rezar, que me
desejem coisas boas", acrescentou, para delírio da multidão.
Mais tarde, durante visita à igreja de Saint Patrick, o Papa evocou o
problema da falta de moradia. Ele lembrou a passagem bíblica que mostra
a sagrada família também não tinha abrigo quando Maria estava prestes a
dar à luz. “Como o filho de Deus não tem casa?, se perguntava José.
Como José vocês podem se perguntar porque estamos sem casa?”, observou.
Ele fez um apelo aos católicos para abrirem o coração.
Em seguida, o Papa se reuniu com cerca de 200 pessoas sem-teto no centro beneficente desta igreja, que oferece alimento, assistência médica e ajuda para arrumar emprego. Francisco disse aos presentes, que eles lembravam-no de "uma pessoa de que gosto, que é e foi muito importante ao longo da minha vida (...) Vocês me lembram de São José". "Não encontramos nenhum tipo de justificativa social, moral, ou do tipo que for, para aceitar a falta de alojamento. São situações injustas, mas sabemos que Deus as está sofrendo conosco, está vivendo-as ao nosso lado. Não nos deixa sozinhos", disse o papa.
Em seguida, o Papa se reuniu com cerca de 200 pessoas sem-teto no centro beneficente desta igreja, que oferece alimento, assistência médica e ajuda para arrumar emprego. Francisco disse aos presentes, que eles lembravam-no de "uma pessoa de que gosto, que é e foi muito importante ao longo da minha vida (...) Vocês me lembram de São José". "Não encontramos nenhum tipo de justificativa social, moral, ou do tipo que for, para aceitar a falta de alojamento. São situações injustas, mas sabemos que Deus as está sofrendo conosco, está vivendo-as ao nosso lado. Não nos deixa sozinhos", disse o papa.
O pontífice também buscou consolar o grupo. "Diante de situações
injustas, dolorosas, a fé nos traz essa luz que dissipa a escuridão.
Assim como José, a fé nos abre a presença silenciosa de Deus em toda
vida, em toda pessoa, em toda situação. Ele está presente em cada um de
vocês, em cada um de nós".
Depois, convidou-os a rezar com ele e abençoou a refeição de peito de
frango desossado e salada de macarrão para o grupo antes de se misturar à
multidão, trocando apertos de mão e parando para tirar fotos enquanto
admiradores gritavam “Papa! Papa!” em espanhol.
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