Bumlai e Lula
Bumlai é suspeito de ter repassado ao PT um empréstimo de aproximadamente R$ 12 milhões que havia contraído com o Banco Schahin, para o partido pagar dívidas da campanha à reeleição de Lula. O grupo Schahin teria então perdoado o empréstimo, ganhando em troca um contrato de navio-sonda com a Petrobras, de forma irregular. Para justificar a quitação, o empresário disse ter doado à empresa embriões de gado, o que para o Ministério Público Federal nunca ocorreu.
Moro afirma que a história é relatada por três delatores da operação "lava jato". Diz também existirem indícios de fraude nos detalhes do negócio: o empréstimo foi concedido com base em mera nota promissória, por exemplo, e foi considerado quitado pelos mesmos R$ 12 milhões, sem qualquer juro, um dia antes do contrato firmado entre a Petrobras e a Schahin.
Esses elementos, para o juiz, já são suficientes para determinar a prisão. "Neste contexto, de emaranhado financeiro e corporativo, de produção de dezenas de documentos falsos, em um jogo de sombras para acobertar a verdade, reputo presente risco à investigação e à instrução. Em liberdade, o investigado poderá recorrer a novos expedientes fraudulentos para acobertar a verdade."
Relação íntima - Moro diz ainda que o empresário é suspeito de ter usado o nome de Lula para obter benefícios. "Não há nenhuma prova de que o ex-presidente da República estivesse de fato envolvido nesses ilícitos, mas o comportamento recorrente do investigado (...) levanta o natural receio de que o mesmo nome seja de alguma maneira, mas indevidamente, invocado para obstruir ou para interferir na investigação ou na instrução."
Bumlai ficará preso preventivamente na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. O empresário iria depor nesta terça, às 14h30, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES, na Câmara dos Deputados, que investiga operações envolvendo o banco estatal.
O advogado Arnaldo Malheiros Filho, que defende o empresário, afirmou ainda não ter definido quais medidas serão adotadas sobre a prisão, porque o foco até agora foi acompanhar procedimentos da custódia, como exame de corpo de delito. Em nota, ele declarou que as advogadas Daniella Meggilaro e Lyziê Perfi, integrantes da equipe de defesa, encontraram o cliente "sereno e tranquilo" na carceragem da PF.
Os investigados responderão pela prática dos crimes de fraudes a licitação, falsidade ideológica, falsificação de documentos, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência e lavagem de dinheiro. (Com informações da Agência Brasil.)Clique aqui para ler o decreto de prisão.
Clique aqui para ler o pedido do MPF.
Nenhum comentário:
Postar um comentário