Compensar seu filho com bens materiais só tende a prejudicar sua formação como adulto
Por Samy Dana - G1
Se você tem filhos pequenos, certamente já deve ter passado por algumas situações de precisar faltar à reunião escolar ou perder aquele tão esperado campeonato de judô porque estava ocupado demais com os compromissos de trabalho.
A vida atribulada muitas vezes impõe situações desagradáveis como essas e a consequência é o surgimento do sentimento de culpa. A vontade de todo pai e mãe é poder participar de todos os momentos importantes dos filhos, na ausência dessa possibilidade, vem o ímpeto em buscar a compensação.
O grande problema é que, em muitos casos, os pais buscam essa compensação em forma de bens materiais. Com a aproximação do Natal, o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) fizeram um levantamento, o qual apontou que a vontade dos filhos influencia cinco a cada dez pais na hora da compra do presente de Natal.
A pesquisa mostrou ainda que cerca de 5% dos entrevistados pretendem deixar de pagar uma conta para agradar os filhos com presentes. Por mais que o dado tenha menor escala, a postura é preocupante.
Do ponto de vista comportamental, a ideia de associar compensação com bens materiais pode ser muito prejudicial para a criação das crianças. Ao substituir sua presença e a da mãe com um presente caro, a longo prazo a criança pode associar os pais somente como provedores da parte material. Na fase adulta, essa pessoa corre o risco de encarar as relações, de um modo geral, do ponto de vista material. Por exemplo, com uma postura arrogante de achar que o dinheiro tudo compra.
Existe um outro aspecto importante que deve ser considerado. Durante uma crise econômica, o orçamento precisa ser revisto de uma forma geral. Isso inclui compras mais enxutas e conscientes no período de Natal. Se o presente desejado pelo filho estiver além das possibilidades dos pais neste momento, o momento pede a substituição por algo mais barato, bem como você vem fazendo com tantos outros gastos cotidianos. Esta é a hora de mostrar ao filho que existem momentos da vida que requerem sacrifícios e que um bom Natal não se resume a ganhar o presente mais legal da loja de brinquedos.
Ainda que ele fique chateado de imediato, a lição será importante para que ele, passo a passo, aprenda que a vida exigirá essa sabedoria para enfrentar momentos de dificuldade.
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