Marcelo Rebelo de Sousa faz campanha em Viana do Castelo
Os portugueses vão às urnas neste domingo (24) para escolher o próximo presidente da República. O candidato apoiado pelos partidos da direita, Marcelo Rebelo de Sousa, 67, deve ganhar com facilidade. A dúvida agora é se vai ou não haver segundo turno.
Embora as últimas pesquisas indiquem que Rebelo de Sousa deva sair vitorioso já neste domingo, a vantagem que ele tem nas pesquisas está dentro da margem de erro. O voto não é obrigatório.
Como Portugal é um país parlamentarista - e quem detém a maioria dos poderes é o primeiro-ministro.Há quem diga que a Presidência é um cargo decorativo.
“Em condições normais, os poderes presidenciais são mesmo limitados. Mas, em tempos de crise no parlamento, o presidente pode demitir o governo e convocar novas eleições”, explica o professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa André Azevedo Alves.
Para conseguir ter uma dimensão melhor de como as coisas funcionam em Portugal, preparei uma listinha com as principais diferenças entre ser presidente no Brasil e em Portugal.
Embora as últimas pesquisas indiquem que Rebelo de Sousa deva sair vitorioso já neste domingo, a vantagem que ele tem nas pesquisas está dentro da margem de erro. O voto não é obrigatório.
Como Portugal é um país parlamentarista - e quem detém a maioria dos poderes é o primeiro-ministro.Há quem diga que a Presidência é um cargo decorativo.
“Em condições normais, os poderes presidenciais são mesmo limitados. Mas, em tempos de crise no parlamento, o presidente pode demitir o governo e convocar novas eleições”, explica o professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa André Azevedo Alves.
Para conseguir ter uma dimensão melhor de como as coisas funcionam em Portugal, preparei uma listinha com as principais diferenças entre ser presidente no Brasil e em Portugal.
1. Presidente não governa em Portugal
O país é um regime parlamentarista e, sendo assim, a função de chefe
de governo fica nas mãos do primeiro-ministro —atualmente, o socialista
António Costa. É o primeiro-ministro que conduz a política geral do
país, dirige a administração pública e propõem leis ao parlamento.
E o que sobra para o presidente? Como chefe-de-Estado, ele tem a
função de representar Portugal, tanto no país como no exterior. Além
disso, é o presidente que promulga (assina) as leis aprovadas pelos
deputados.
No Brasil, o Presidente da República acumula as funções de chefe de governo e de Estado.
2. Pode dissolver o parlamento
Mesmo em plena crise política, a presidente Dilma Rousseff não pode
dissolver a Câmara dos deputados e convocar novas eleições
parlamentares. Em Portugal, se o presidente julgar que há uma situação
de grave instabilidade, ele pode demitir o governo, dissolver o
parlamento e convocar novas eleições.
Pelo bem da democracia, isso só pode ser feito em casos excepcionais,
quando a governabilidade fica seriamente comprometida. Além disso, esse
mecanismo constitucional não pode ser usado nos últimos seis meses do
mandato presidencial e nem nos seis meses seguintes à eleição
parlamentar.
3. Candidatos podem concorrer “sem partido”
Ao contrário do Brasil, onde os candidatos precisam estar vinculados a
um partido para concorrer nas eleições presidenciais, em Portugal as
candidaturas podem ser independentes. Aliás, na maioria das vezes, os
candidatos preferem se desvincular oficialmente dos partidos.
Para concorrer, eles só precisam cumprir os pré-requisitos previstos
na lei —ser eleitor português e ter mais de 35 anos— e conseguir reunir
um mínimo de 7,5 mil assinaturas de apoio à campanha.
“Nada na constituição proíbe que um partido lance um candidato, mas
não é da nossa tradição política. O presidente é visto como uma figura
abrangente, que tem de estar acima de interesses”, diz Gonçalo Almeida
Ribeiro, constitucionalista e professor de direito da UCP em Lisboa.
4. Não pode sair do país sem autorização
Por mais surreal que pareça, a constituição portuguesa diz que o
Presidente da República não pode se ausentar do país em função oficial
sem autorização dos deputados. Para viagens pessoais com duração
superior a cinco dias, ele também precisa da benção parlamentar.
O descumprimento dessa norma, segundo a lei, pode levar à perda do mandato.
5. Dilma ganha menos
O salário oficial do presidente em Portugal é de €7.249, o equivalente a cerca de R$ 32.058.
Já o contra-cheque de Dilma Rousseff é um pouco mais modesto: R$ 30.934, 70, segundo as últimas informações disponíveis no Portal da Transparência do governo federal.
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