Questão humanitária Na expectativa de que seja alvo
de novos pedidos de abertura de inquérito, Eduardo Cunha estuda abrir
outra frente de contra-ataque: apelar à Corte Europeia de Direitos
Humanos. A estratégia, arquitetada por seus advogados, é argumentar no
tribunal que o presidente da Câmara sofre perseguição política no Brasil
por parte do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Um advogado
especialista em casos na corte internacional já foi acionado para
avaliar o eventual recurso.
Estratégia dupla A equipe de Cunha acredita que
poderia não só cessar a remessa de documentos, mas também abrir uma
brecha para invalidar o uso de dados já remetidos ao país. Cunha
reconhece a ação dos advogados, mas diz que ainda vai decidir se fará o
recurso.
Melhor lá Entre as atribuições da corte, está a de
garantir que indivíduos tenham um julgamento justo. Caso a tese de
apelação seja aceita, a Suíça assumiria a investigação de Cunha. Lá,
evasão de divisas e sonegação fiscal não são crimes.
Remédio O presidente do Senado, Renan Calheiros,
esteve com Dilma Rousseff nesta segunda (1º). Avisou que colocará em
votação, após o carnaval, duas medidas anticrise.
Autonomia No encontro, o peemedebista prometeu
pautar o projeto que concede independência formal ao Banco Central, com
mandatos não coincidentes com o de presidente da República para seus
diretores. Hoje, o BC é visto pelo mercado como instituição submetida
aos humores do Planalto.
Ajudinha Renan também antecipou que votará a
proposta que libera a Petrobras da função de operadora única no pré-sal.
O Planalto torce o nariz para as duas medidas.
Inimigo íntimo Uma autoridade presente à sessão de
abertura do ano judiciário no STF brincou ao ver Cunha ao lado do
procurador-gera da República, Rodrigo Janot. “Eu me senti no filme
‘Dormindo com o inimigo'”, disse.
Subiu no telhado Uma resolução do TSE, de dezembro,
pode embaralhar as eleições deste ano. Ela determina que partidos só
poderão lançar candidatos à prefeitura se tiverem diretório municipal
registrado na Justiça Eleitoral. Ocorre que muitas legendas, graúdas e
miúdas, hoje não contam com a estrutura.
Munição Na
retomada dos trabalhos no Congresso, deputados do PSDB querem apresentar
múltiplos convites para ouvir Lula. Apesar da pouca fé no sucesso da
operação, considerando que a tropa de choque do governo evitaria um
depoimento do petista, tucanos admitem que o objetivo é “constranger” o
ex-presidente.
TIROTEIO
"Eu só faço o que acho certo, justo e legítimo. Ninguém me pauta. Nem o governo, nem a oposição, nem a imprensa."
DO MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (STF), sobre o fato de se reunir com
governo e oposição às vésperas da votação do rito do impeachment na
corte.
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