Por Luiz Fernando Verissimo
Quem ainda não se recuperou da votação na Câmara pró-impeachment da Dilma (“Pela minha esposa Jandira, pelos meus filhos Denise e Oscar, pelo Brasil e pela nossa cachorrinha Jujuba...”), pode se consolar com o que está acontecendo nos Estados Unidos, onde uma piada pode muito bem ser o próximo presidente da República. A Câmara de Deputados americana não é muito menos folclórica do que a brasileira e lá também o processo eleitoral tem seus desvios, como o da Corte Suprema interferindo na contagem dos votos e, literalmente, doando ao Bush seu segundo mandato.
As longas campanhas eleitorais americanas, com as “primárias” estaduais e etc., deveriam, teoricamente, funcionar como uma espécie de filtro contra malucos. Alguns candidatos inconvenientes ou incapazes passaram pelo filtro e chegaram à presidência – Bush foi um deles – mas, em geral, o sistema funciona. No caso do Trump, não funcionou. A piada não era para chegar tão longe. Trump já tem assegurada a candidatura do Partido Republicano, para horror de muitos republicanos, e há sérias dúvidas de que Hillary Clinton saberá enfrentá-lo, frente a frente, nos debates pós-convenções. Hillary é a favorita, pela lógica, mas até agora a lógica não deteve Trump.
Aposta tétrica: quem está mais perto da presidência do seu país, Donald Trump ou Eduardo Cunha? Para Hillary vencer, basta derrotar Trump no voto e esperar que a Corte Suprema não se meta. Para Eduardo Cunha botar a República no bolso depende de condições que vão do improvável ao Deus nos acuda. Temer precisa estar impedido, legalmente ou de outro jeito, e Cunha precisa ainda estar na presidência da Câmara e na linha de sucessão. Conhecendo-se a habilidade de Cunha de continuar onde está com todos à sua volta pedindo sua queda, esta parece a condição mais fácil de acontecer.
Enquanto isto, no Senado, onde julgam a Dilma, continua o seminário sobre como ser eleito sem precisar de votos. No julgamento, todos os membros do júri já tinham seu veredicto pronto antes de começar. O que, certamente, apressou a pantomima.
As longas campanhas eleitorais americanas, com as “primárias” estaduais e etc., deveriam, teoricamente, funcionar como uma espécie de filtro contra malucos. Alguns candidatos inconvenientes ou incapazes passaram pelo filtro e chegaram à presidência – Bush foi um deles – mas, em geral, o sistema funciona. No caso do Trump, não funcionou. A piada não era para chegar tão longe. Trump já tem assegurada a candidatura do Partido Republicano, para horror de muitos republicanos, e há sérias dúvidas de que Hillary Clinton saberá enfrentá-lo, frente a frente, nos debates pós-convenções. Hillary é a favorita, pela lógica, mas até agora a lógica não deteve Trump.
Aposta tétrica: quem está mais perto da presidência do seu país, Donald Trump ou Eduardo Cunha? Para Hillary vencer, basta derrotar Trump no voto e esperar que a Corte Suprema não se meta. Para Eduardo Cunha botar a República no bolso depende de condições que vão do improvável ao Deus nos acuda. Temer precisa estar impedido, legalmente ou de outro jeito, e Cunha precisa ainda estar na presidência da Câmara e na linha de sucessão. Conhecendo-se a habilidade de Cunha de continuar onde está com todos à sua volta pedindo sua queda, esta parece a condição mais fácil de acontecer.
Enquanto isto, no Senado, onde julgam a Dilma, continua o seminário sobre como ser eleito sem precisar de votos. No julgamento, todos os membros do júri já tinham seu veredicto pronto antes de começar. O que, certamente, apressou a pantomima.
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