De Arnaldo Jabor, sobre deputados e senadores
Não apenas se perdeu a ideia de
“vergonha na cara”, como ela foi substituída por um certo orgulho, um
vago enlevo de ostentar a própria sordidez como um galardão.
Antigamente, o canalha se escondia pelos cantos, roído de vergonha;
hoje, ele apregoa, com uma tabuleta na testa: “Roubei sim, e daí?!”. A
alma do negócio era o segredo. Hoje, espanta-nos a visibilidade dos
estelionatos, conjugada à sublime ejaculação das mentiras. Assim, o canalha ostenta bondade e o ladrão apregoa honradez.
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