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sexta-feira, 27 de maio de 2016

Vale a pena ler: Uma arma chamada microfone

Por Lúcio Flávio Pinto, em sua pagina no facebook
A voz era bem parecida, mas não era a do dono do programa matutino de Nonato Pereira. Ele não compareceu hoje à rádio Mix FM, mas deve ter tido algum tipo de participação no recrutamento do seu substituto. Como não se apresentou espontaneamente à polícia, que o procura desde ontem para cumprir um mandado de prisão do juiz federal Rubens Rollo d’Oliveira, ele se tornou foragido da justiça

Nonato é acusado de integrar uma quadrilha que se apropriava ilicitamente de recursos federais para a educação básica, através de simulacros de cursos e kits de ensino de inglês, mera simulação para a assinatura de contratos com prefeituras municipais e avanço à verba oficial.

A função do radialista era usar o seu programa para intimidar, ameaçar ou chantagear prefeitos recalcitrantes ao acerto com a BR7, de quem a Polícia Federal acredita que ele recebia os pagamentos pelas “colaborações”. Nenhuma delas, é claro, desinteressada.

Quem acompanhava os programas de Nonato Pereira, ou segue os equivalentes em outras emissoras com algum senso crítico, devia se intrigar pela sua contundência. Ataques raivosos contra uns, em nome da moralidade pública e da excelência administrativa. Elogios desmedido a outros, erigidos à condição de estadistas plutarquianos.

Para alguns eleitores, são radialistas críticos, comprometidos com as causas populares, corajosos, arrojados, verdadeiros heróis, motivos usados para eleger figuras como Wlad ou quase consagrá-las, como Jeferson. Para outros, escroques, pessoas irresponsáveis, que transformam o microfone numa arma de ataque e faturamento.

Ontem, contatada pelo portal do Diário do Pará, a Mix FM respondeu ao pedido de entrevista com a justificativa de que não iria se pronunciar sobre o caso porque Nonato Pereira era terceirizado, isto é, pagava pelo espaço para transmitir o seu programa. E assim cessa toda a responsabilidade editorial da direção da emissora, que utiliza uma concessão pública federal apenas para faturar. O microfone é o seu caixa.

É assim que pessoas inescrupulosas, sem qualquer apego ao importante jornalismo radiofônico, mercantilizam o que devia ser compromisso em informar, entreter ou divertir o ouvinte. Como pagam (e bem) para serem donas do horário, essas pessoas precisam faturar ainda mais para repassar o que cabe ao dono da frequência.

Assim, não é suficiente a receita publicitária. É preciso descer ao achaque. E se desce. E, pelo exemplo de Nonato Pereira, como se tem descido!

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