Responsável por colocar a cúpula do PMDB no epicentro da Lava Jato, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado tem procurado um padre de Fortaleza, sua cidade natal, para enfrentar as turbulências da vida de delator, após uma carreira de desvios de recursos públicos. O pároco da Igreja Nossa Senhora de Lourdes, Edcarlos Isaías de Souza, de 41 anos, a 900 metros da casa de luxo em que Machado cumprirá prisão domiciliar, diz que a situação do fiel “não é fácil”. Sua paróquia é frequentada por outros políticos, como o senador Tasso Jereissati (PSDB), que mora no mesmo bairro de Machado.
A relação surgiu há pouco mais de um ano. Foi após a missa das 18h30 de uma segunda-feira que Machado procurou padre Edcarlos para ouvi-lo. Desde então, se falam “frequentemente”, seja pessoalmente, seja por telefone. O religioso, porém, diz que os dois nunca trataram de política nem da Operação Lava Jato. “Dou apenas conselhos espirituais”, afirma.
O padre evita julgar o passado de crimes de Machado. Segundo ele, o amigo está abalado, mas, aos poucos, tenta retomar seu rumo. Diz que o ex-executivo, indicado para a estatal por Renan Calheiros (PMDB-AL), a quem acusa de recebimento de propina ao lado Romero Jucá (PMDB-RR), José Sarney (PMDB-AP) e o presidente em exercício Michel Temer, entre outros, é devoto de São Francisco de Assis – santo antes rico que fez voto de pobreza quando jovem.
O religioso é uma das 27 pessoas que poderão visitar o ex-presidente da Transpetro em sua residência, quando a prisão domiciliar começar a valer – Machado aguarda pela definição da Justiça para cumprir a pena. “A ideia é que eu vá, porque meu amigo precisa”, diz. O delator vai cumprir sua pena na casa onde mora, com piscina, quadra poliesportiva e quartos com vista para a Praia do Futuro. A residência é alugada há cinco anos pela família, que, após a delação, ficou desestruturada.
Família. A delação do ex-presidente da Transpetro mudou a rotina da família. A confissão do esquema de corrupção na subsidiária da Petrobrás comandado por ele, com a ajuda de dois dos quatro filhos, e que, segundo o delator, beneficiou mais de 20 políticos, provocou o rompimento de relações na família do ex-executivo, que, constrangida, se recolheu.
Sérgio Machado Filho, de 38 anos, conhecido como Serginho, parou de falar com o pai e os irmãos. Ele, que também fez delação, acusa-os de traição. À Justiça, os irmãos Daniel, de 40 anos, e Expedito Machado Neto, de 31, confessaram que usaram Serginho para abrir contas bancárias fora do Brasil, sem avisar que serviriam para movimentar dinheiro do esquema.
Serginho trabalhou por quase 20 anos no banco suíço Credit Suisse, emprego que teve de deixar após a delação. Era considerado o mais independente dos filhos. O pai sempre o elogiava por nunca ter pedido ajuda financeira. Desde o início do ano, quando a família começou a negociar a delação, cortou relações. “Isso tudo gerou um mal-estar imenso. O relacionamento deles não é nada amistoso”, diz uma pessoa próxima da família.
Para evitar surpresas, Machado tem procurado frequentar apenas lugares onde acredita que não será hostilizado. No dia 18, por exemplo, foi cortar o cabelo no salão Murilo Coiffeur, que ele, irmãos e filhos frequentam há pelo menos 30 anos. O salão está localizado no bairro Meireles, região nobre da cidade. Para evitar possíveis constrangimentos, Machado ligou para o dono antes, o cabeleireiro Murilo Falcão.
“Ele estava bem, como se nada tivesse acontecido”, diz Falcão. Segundo o cabeleireiro, Machado é um bom cliente e sempre “paga bem”. O corte custou R$ 120. No dia, o ex-presidente da Transpetro estava acompanhado do genro, do neto e da filha, Tatiana. Ela é a única dos quatro filhos que não fez delação e não poderá visitá-lo na prisão domiciliar. Segundo pessoas próximas, Machado quer preservá-la da exposição pública.
A relação surgiu há pouco mais de um ano. Foi após a missa das 18h30 de uma segunda-feira que Machado procurou padre Edcarlos para ouvi-lo. Desde então, se falam “frequentemente”, seja pessoalmente, seja por telefone. O religioso, porém, diz que os dois nunca trataram de política nem da Operação Lava Jato. “Dou apenas conselhos espirituais”, afirma.
O padre evita julgar o passado de crimes de Machado. Segundo ele, o amigo está abalado, mas, aos poucos, tenta retomar seu rumo. Diz que o ex-executivo, indicado para a estatal por Renan Calheiros (PMDB-AL), a quem acusa de recebimento de propina ao lado Romero Jucá (PMDB-RR), José Sarney (PMDB-AP) e o presidente em exercício Michel Temer, entre outros, é devoto de São Francisco de Assis – santo antes rico que fez voto de pobreza quando jovem.
O religioso é uma das 27 pessoas que poderão visitar o ex-presidente da Transpetro em sua residência, quando a prisão domiciliar começar a valer – Machado aguarda pela definição da Justiça para cumprir a pena. “A ideia é que eu vá, porque meu amigo precisa”, diz. O delator vai cumprir sua pena na casa onde mora, com piscina, quadra poliesportiva e quartos com vista para a Praia do Futuro. A residência é alugada há cinco anos pela família, que, após a delação, ficou desestruturada.
Família. A delação do ex-presidente da Transpetro mudou a rotina da família. A confissão do esquema de corrupção na subsidiária da Petrobrás comandado por ele, com a ajuda de dois dos quatro filhos, e que, segundo o delator, beneficiou mais de 20 políticos, provocou o rompimento de relações na família do ex-executivo, que, constrangida, se recolheu.
Sérgio Machado Filho, de 38 anos, conhecido como Serginho, parou de falar com o pai e os irmãos. Ele, que também fez delação, acusa-os de traição. À Justiça, os irmãos Daniel, de 40 anos, e Expedito Machado Neto, de 31, confessaram que usaram Serginho para abrir contas bancárias fora do Brasil, sem avisar que serviriam para movimentar dinheiro do esquema.
Serginho trabalhou por quase 20 anos no banco suíço Credit Suisse, emprego que teve de deixar após a delação. Era considerado o mais independente dos filhos. O pai sempre o elogiava por nunca ter pedido ajuda financeira. Desde o início do ano, quando a família começou a negociar a delação, cortou relações. “Isso tudo gerou um mal-estar imenso. O relacionamento deles não é nada amistoso”, diz uma pessoa próxima da família.
Para evitar surpresas, Machado tem procurado frequentar apenas lugares onde acredita que não será hostilizado. No dia 18, por exemplo, foi cortar o cabelo no salão Murilo Coiffeur, que ele, irmãos e filhos frequentam há pelo menos 30 anos. O salão está localizado no bairro Meireles, região nobre da cidade. Para evitar possíveis constrangimentos, Machado ligou para o dono antes, o cabeleireiro Murilo Falcão.
“Ele estava bem, como se nada tivesse acontecido”, diz Falcão. Segundo o cabeleireiro, Machado é um bom cliente e sempre “paga bem”. O corte custou R$ 120. No dia, o ex-presidente da Transpetro estava acompanhado do genro, do neto e da filha, Tatiana. Ela é a única dos quatro filhos que não fez delação e não poderá visitá-lo na prisão domiciliar. Segundo pessoas próximas, Machado quer preservá-la da exposição pública.
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