Em depoimento ao juiz Sergio Moro, Mônica Moura (foto) afirmou ontem (21) que não admitiu antes que os serviços prestados pelo marqueteiro João Santana foram pagos com dinheiro de caixa dois na campanha de 2010 para não "incriminar" a presidente afastada, Dilma Rousseff, durante o processo de impeachment.
A afirmação foi feita logo após Mônica, mulher de Santana, reconhecer que o pagamento de US$ 4,5 milhões feito pelo engenheiro Zwi Skornicki durante a campanha de 2010 foi de caixa dois.
Ela afirmou que o pagamento foi referente a uma dívida de quase R$ 10 milhões do PT, que foi protelada. Questionada pelo juiz por qual motivo ela não reconheceu a irregularidade no pagamento, Mônica respondeu que quis preservar Dilma.
Inicialmente, ela havia dito que o depósito era referente ao pagamento de uma campanha realizada pelo casal no exterior.
"No primeiro momento, quando fui presa em fevereiro, estava passando por uma situação extrema. Não é uma coisa nada natural na vida de uma pessoa o que eu passei em fevereiro. Segundo, o país estava vivendo um momento muito grave institucionalmente, político. As coisas que estavam acontecendo em torno da presidente Dilma, não preciso falar sobre isso, todos sabem", afirmou.
"Para ser muito sincera, eu não quis atrapalhar esse processo [político], eu não quis incriminá-la, eu não quis colocar isso. Eu achava que eu ia piorar a situação, contribuir para piorar a situação do país falando o que realmente aconteceu e eu acabei falando que foi recebimento de uma campanha do exterior. Eu queria apenas poupar de piorar a situação do que estava acontecendo naquele momento", completou.
João Santana também deu explicação parecida. Disse que não poderia "destruir a Presidência", já que tinha ajudado a eleger Dilma.
Segundo Mônica, a dívida total não foi paga, sendo que a última parcela não foi depositada.
Ela disse que tinha receio de receber dinheiro no exterior, mas que era prática nas campanhas receber por caixa dois. Mônica afirmou que não tinha conhecimento de que o dinheiro era fruto de corrupção. A mulher do marqueteiro chegou a chorar na audiência, se disse arrependida e afirmou que quer colaborar com a Justiça. O casal negocia um acordo de delação.
Depoimento do operador - Também em depoimento a Moro na tarde desta quinta-feira, o engenheiro Zwi Skornicki confirmou o repasse para Mônica Moura, mas disse que o valor pago a ela foi de US$ 5 milhões, em dez parcelas.
Skornicki afirmou que operava propina oriunda das empresas de construção naval Keppel Fels e Sete Brasil em contratos da Petrobras para entrega de plataformas e sondas. Segundo ele, os contatos na estatal eram feitos com o ex-gerente Pedro Barusco, o qual dizia que as propinas tinham como destino ele próprio e o PT.
O engenheiro relatou que chegou a criar um conta corrente abastecida com propinas para repasses ao partido, e retirou desse fundo o montante transferido a Mônica Moura. Skornicki disse que fazia os pagamentos sob orientação do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que está preso em Curitiba.
O depoente afirmou que recebeu Vaccari em seu escritório várias vezes e também manteve encontros com ele em hotéis.
Skornicki ainda declarou que providenciou o repasse de US$ 12 milhões ao ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, por indicação de Barusco.
Outro lado - Procurada na noite de ontem (21), a assessoria da presidente afastada Dilma Rousseff disse que não comentaria o teor dos depoimentos de João Santana e de sua mulher, Mônica Moura.
Dilma já afirmou que a contabilidade das eleições de 2010 e 2014 foi declarada à Justiça Eleitoral e que, se João Santana fez uso de caixa dois, a responsabilidade seria do marqueteiro. Em nota, o PT disse que as operações foram feitas dentro da legalidade.
A afirmação foi feita logo após Mônica, mulher de Santana, reconhecer que o pagamento de US$ 4,5 milhões feito pelo engenheiro Zwi Skornicki durante a campanha de 2010 foi de caixa dois.
Ela afirmou que o pagamento foi referente a uma dívida de quase R$ 10 milhões do PT, que foi protelada. Questionada pelo juiz por qual motivo ela não reconheceu a irregularidade no pagamento, Mônica respondeu que quis preservar Dilma.
Inicialmente, ela havia dito que o depósito era referente ao pagamento de uma campanha realizada pelo casal no exterior.
"No primeiro momento, quando fui presa em fevereiro, estava passando por uma situação extrema. Não é uma coisa nada natural na vida de uma pessoa o que eu passei em fevereiro. Segundo, o país estava vivendo um momento muito grave institucionalmente, político. As coisas que estavam acontecendo em torno da presidente Dilma, não preciso falar sobre isso, todos sabem", afirmou.
"Para ser muito sincera, eu não quis atrapalhar esse processo [político], eu não quis incriminá-la, eu não quis colocar isso. Eu achava que eu ia piorar a situação, contribuir para piorar a situação do país falando o que realmente aconteceu e eu acabei falando que foi recebimento de uma campanha do exterior. Eu queria apenas poupar de piorar a situação do que estava acontecendo naquele momento", completou.
João Santana também deu explicação parecida. Disse que não poderia "destruir a Presidência", já que tinha ajudado a eleger Dilma.
Segundo Mônica, a dívida total não foi paga, sendo que a última parcela não foi depositada.
Ela disse que tinha receio de receber dinheiro no exterior, mas que era prática nas campanhas receber por caixa dois. Mônica afirmou que não tinha conhecimento de que o dinheiro era fruto de corrupção. A mulher do marqueteiro chegou a chorar na audiência, se disse arrependida e afirmou que quer colaborar com a Justiça. O casal negocia um acordo de delação.
Depoimento do operador - Também em depoimento a Moro na tarde desta quinta-feira, o engenheiro Zwi Skornicki confirmou o repasse para Mônica Moura, mas disse que o valor pago a ela foi de US$ 5 milhões, em dez parcelas.
Skornicki afirmou que operava propina oriunda das empresas de construção naval Keppel Fels e Sete Brasil em contratos da Petrobras para entrega de plataformas e sondas. Segundo ele, os contatos na estatal eram feitos com o ex-gerente Pedro Barusco, o qual dizia que as propinas tinham como destino ele próprio e o PT.
O engenheiro relatou que chegou a criar um conta corrente abastecida com propinas para repasses ao partido, e retirou desse fundo o montante transferido a Mônica Moura. Skornicki disse que fazia os pagamentos sob orientação do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que está preso em Curitiba.
O depoente afirmou que recebeu Vaccari em seu escritório várias vezes e também manteve encontros com ele em hotéis.
Skornicki ainda declarou que providenciou o repasse de US$ 12 milhões ao ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, por indicação de Barusco.
Outro lado - Procurada na noite de ontem (21), a assessoria da presidente afastada Dilma Rousseff disse que não comentaria o teor dos depoimentos de João Santana e de sua mulher, Mônica Moura.
Dilma já afirmou que a contabilidade das eleições de 2010 e 2014 foi declarada à Justiça Eleitoral e que, se João Santana fez uso de caixa dois, a responsabilidade seria do marqueteiro. Em nota, o PT disse que as operações foram feitas dentro da legalidade.
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