Contra a vontade da ONG Greenpeace, do Ibama, da Funai, da Constituição Federal e dos 12 mil cidadãos da tribo mundurucu, os caciques brancos querem construir uma hidrelétrica em São Luiz do Tapajós, no Pará. Para os indígenas, o rio Tapajós é sagrado. Para os estrategistas, é apenas um gerador de megawatts, mesmo que, para isso, se tenha de passar o rodo em várias aldeias, alagando-as ou ilhando-as. É natural que isso desagrade aos mundurucus — afinal, a terra é deles desde que a conquistaram nos séculos 17 e 18.
Sim, eu sei, o Brasil precisa de energia para tocar suas indústrias, iluminar seus salões e fazer rodar seus secadores de cabelo. A pergunta é se isto precisa ser à custa do ambiente e de propriedades, culturas e vidas. Sem falar nos interesses ocultos, nem sempre tão ocultos, como se diz a respeito de outra hidrelétrica, a de Belo Monte, também no Pará, e da famosa transposição do rio São Francisco. Todas essas obras eram gerenciadas pelo PT.
O Brasil dos militares também gostava de obras assim, ditas então faraônicas. Era o "Brasil Grande", aquele que nada, nem o bom senso, conseguiria deter. Algumas provavelmente não seriam permitidas hoje, como a usina de Angra, uma granada sem pino numa das baías mais deslumbrantes do mundo, e Itaipu, afogando o Salto das Sete Quedas, que a natureza levara milhões de anos para construir. A grita contra elas talvez impedisse que fossem cometidas.
E olhe que tivemos sorte. A ditadura acabou antes que eles cogitassem ousadias como o aterro do rio Amazonas, o elevado Rio-São Paulo, o túnel Oiapoque-Chuí ou o porto de mar de Brasília. O fato de essas ideias estarem a um passo da insanidade não impediria que fossem levadas a sério — tudo era possível naquele tempo. Pensando bem, tudo continua possível em nosso tempo.
Sim, eu sei, o Brasil precisa de energia para tocar suas indústrias, iluminar seus salões e fazer rodar seus secadores de cabelo. A pergunta é se isto precisa ser à custa do ambiente e de propriedades, culturas e vidas. Sem falar nos interesses ocultos, nem sempre tão ocultos, como se diz a respeito de outra hidrelétrica, a de Belo Monte, também no Pará, e da famosa transposição do rio São Francisco. Todas essas obras eram gerenciadas pelo PT.
O Brasil dos militares também gostava de obras assim, ditas então faraônicas. Era o "Brasil Grande", aquele que nada, nem o bom senso, conseguiria deter. Algumas provavelmente não seriam permitidas hoje, como a usina de Angra, uma granada sem pino numa das baías mais deslumbrantes do mundo, e Itaipu, afogando o Salto das Sete Quedas, que a natureza levara milhões de anos para construir. A grita contra elas talvez impedisse que fossem cometidas.
E olhe que tivemos sorte. A ditadura acabou antes que eles cogitassem ousadias como o aterro do rio Amazonas, o elevado Rio-São Paulo, o túnel Oiapoque-Chuí ou o porto de mar de Brasília. O fato de essas ideias estarem a um passo da insanidade não impediria que fossem levadas a sério — tudo era possível naquele tempo. Pensando bem, tudo continua possível em nosso tempo.
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