Por Cardeal Orani Tempesta
Em nossa Carta Pastoral “Com Misericórdia olhou para Ele e o Escolheu”, sugerimos como obra de misericórdia para o mês de junho “Vestir os despidos” (Cf. Carta Pastoral 23,3). Olhemos para o Santo Evangelho de Mateus 25, 34-44: o ator principal é o “Filho do Homem”, aquele ser humano que recebe de Deus plenos poderes sobre o mundo, conforme a visão de Dn 7,13-14. É o próprio Jesus. Ele vem com a glória de Deus e reúne diante de si todos os povos. Como um rei – tendo a última palavra em seu reino – Ele vai julgar “todos os povos”. Ora, qual vai ser o critério para julgar esses povos? Assim como um pastor, ao anoitecer, separa os cordeiros dos bodes para que passem a noite em ambientes diferentes, o rei-juiz separa os bons dos maus. Os bons, Ele os faz entrar na Sua alegria, porque lhe deram comida, bebida, hospedagem, roupa, assistência na prisão... E eles perguntaram: “Senhor, não sabemos nada disso”! Então responde: “O que fizeste ao menor desses meus irmãos (os famintos, sedentos, despidos etc.), foi a mim que o fizeste”. E os maus, Ele os condena, porque não fizeram essas boas ações. Tampouco estes têm consciência de quando foi que não tratarem bem o rei. E ele responde: “O que deixastes de fazer a um desses menores irmãos meus, a mim o recusastes”.
Discute-se o que Jesus quer dizer com os “menores dos meus irmãos”. Parece que é das pessoas sem ignorância em geral que se trata, pois os que praticaram as boas ações fizeram-no sem saber que estavam fazendo algo importante. “Faze o bem e não olha para quem”.
É na caridade gratuita, sem consideração da pessoa, que se encontra o critério pelo qual Jesus julga “todos os povos”. Na perspectiva dos israelitas, o julgamento se pauta segundo a observância da Lei de Moisés. Mas Jesus veio anunciar o Reino para além dos limites do Judaísmo. Para além da Lei de Moisés. Para os povos em geral, as pessoas da humanidade universal, o critério para saber se eles cabem ou não ao lado de Deus é este: a caridade exercida gratuitamente, sem olhar para quem. O que agrada a Deus é o amor perfeito efetivo que demonstramos para com Seus filhos, especialmente os mais insignificantes, os mais pequenos.
Desde tempos remotos que o vestuário faz parte integrante de um direito mais vasto, o direito a um nível de vida adequado, reconhecido pelo artigo 25º da Declaração Universal dos Direitos Humanos. O vestuário serve para cobrirmos o exterior do nosso corpo e proteger a nossa dignidade, a nossa interioridade. Na Bíblia, a nudez é vista essencialmente como negativa, pois retira a identidade e a dignidade do ser humano. No livro do Gênesis, a nudez aparece como consequência do pecado: Adão e Eva, despidos da graça de Deus, olham-se com vergonha e escondem-se de Deus.
É preciso ter a sensibilidade do coração a fim de que saibamos fazer alguma coisa para vestir as pessoas carentes, cujos corpos são templos do Espírito Santo e merecem ser vestidos com dignidade. Agora no inverno, essa necessidade é ainda mais premente para muitas pessoas que não estão preparadas para enfrentar o frio deste tempo, seja em suas residências, seja, principalmente, aqueles que fazem parte da população de rua e que dormem ao relento em nossas cidades.
Esta obra de misericórdia pode ser realizada pela oferta de roupas que sejam úteis a uma família pobre e necessitada, ou às pessoas, individualmente, oferta que pode ser entregue diretamente para uma determinada família ou pessoa necessitada, ou entregue a uma instituição de caridade que preste essa assistência. Em nossa Arquidiocese, a Caritas Arquidiocesana tem um meritório trabalho de atendimento fraterno em favor dos que estão nessa situação. Nesse sentido, pode-se encaminhar as roupas que se dispõe para a Catedral Metropolitana. Mas também as paróquias e vicariatos episcopais estão abertos para acolher a doação das pessoas e depois encaminhá-las aos necessitados. Muitas já o fizeram e continuam fazendo ainda neste período que continua a marcar este tempo invernal. Isso não quer tirar a iniciativa que cada um pode ter em atender pessoalmente, em sua rua ou sua região ou mesmo pelas ruas da cidade, aqueles que necessitam desse carinho de irmãos.
Aqueles que têm condições não tenham respeito humano em adquirir roupas novas, cobertores para serem encaminhados aos que estão nus e que tanto precisam, particularmente neste período em que está fazendo tanto frio. Todos nós podemos doar roupas que já foram usadas, mas estão em bom estado e podem ser bem aproveitadas.
“Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes” (Mt 25, 34;36;40). A roupa que se amontoa e ganha mofo nos nossos armários pertence e faz falta a muitos pobres.
Embora tenhamos chegado ao final do mês de junho, em que essa sugestão foi feita como obra de misericórdia, o gesto precisa continuar enquanto durar este tempo mais frio em nossa região. Mesmo tendo outra sugestão para o mês de julho como obra de misericórdia, isso não impede de continuar “vestindo os nus” ou dando agasalho a quem necessita. Queridos irmãos, somos chamados, neste Ano da Misericórdia e neste tempo de inverno, a vivenciar este dom que é saber ajudar aos mais pequeninos, sobretudo aqueles que estão nas ruas e passam fome e frio, ou ainda aquela família vizinha que não tem uma roupa de frio para se cobrir. Tudo isso o fazemos em Cristo, com quem nos encontramos na pessoa do irmão.
Discute-se o que Jesus quer dizer com os “menores dos meus irmãos”. Parece que é das pessoas sem ignorância em geral que se trata, pois os que praticaram as boas ações fizeram-no sem saber que estavam fazendo algo importante. “Faze o bem e não olha para quem”.
É na caridade gratuita, sem consideração da pessoa, que se encontra o critério pelo qual Jesus julga “todos os povos”. Na perspectiva dos israelitas, o julgamento se pauta segundo a observância da Lei de Moisés. Mas Jesus veio anunciar o Reino para além dos limites do Judaísmo. Para além da Lei de Moisés. Para os povos em geral, as pessoas da humanidade universal, o critério para saber se eles cabem ou não ao lado de Deus é este: a caridade exercida gratuitamente, sem olhar para quem. O que agrada a Deus é o amor perfeito efetivo que demonstramos para com Seus filhos, especialmente os mais insignificantes, os mais pequenos.
Desde tempos remotos que o vestuário faz parte integrante de um direito mais vasto, o direito a um nível de vida adequado, reconhecido pelo artigo 25º da Declaração Universal dos Direitos Humanos. O vestuário serve para cobrirmos o exterior do nosso corpo e proteger a nossa dignidade, a nossa interioridade. Na Bíblia, a nudez é vista essencialmente como negativa, pois retira a identidade e a dignidade do ser humano. No livro do Gênesis, a nudez aparece como consequência do pecado: Adão e Eva, despidos da graça de Deus, olham-se com vergonha e escondem-se de Deus.
É preciso ter a sensibilidade do coração a fim de que saibamos fazer alguma coisa para vestir as pessoas carentes, cujos corpos são templos do Espírito Santo e merecem ser vestidos com dignidade. Agora no inverno, essa necessidade é ainda mais premente para muitas pessoas que não estão preparadas para enfrentar o frio deste tempo, seja em suas residências, seja, principalmente, aqueles que fazem parte da população de rua e que dormem ao relento em nossas cidades.
Esta obra de misericórdia pode ser realizada pela oferta de roupas que sejam úteis a uma família pobre e necessitada, ou às pessoas, individualmente, oferta que pode ser entregue diretamente para uma determinada família ou pessoa necessitada, ou entregue a uma instituição de caridade que preste essa assistência. Em nossa Arquidiocese, a Caritas Arquidiocesana tem um meritório trabalho de atendimento fraterno em favor dos que estão nessa situação. Nesse sentido, pode-se encaminhar as roupas que se dispõe para a Catedral Metropolitana. Mas também as paróquias e vicariatos episcopais estão abertos para acolher a doação das pessoas e depois encaminhá-las aos necessitados. Muitas já o fizeram e continuam fazendo ainda neste período que continua a marcar este tempo invernal. Isso não quer tirar a iniciativa que cada um pode ter em atender pessoalmente, em sua rua ou sua região ou mesmo pelas ruas da cidade, aqueles que necessitam desse carinho de irmãos.
Aqueles que têm condições não tenham respeito humano em adquirir roupas novas, cobertores para serem encaminhados aos que estão nus e que tanto precisam, particularmente neste período em que está fazendo tanto frio. Todos nós podemos doar roupas que já foram usadas, mas estão em bom estado e podem ser bem aproveitadas.
“Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes” (Mt 25, 34;36;40). A roupa que se amontoa e ganha mofo nos nossos armários pertence e faz falta a muitos pobres.
Embora tenhamos chegado ao final do mês de junho, em que essa sugestão foi feita como obra de misericórdia, o gesto precisa continuar enquanto durar este tempo mais frio em nossa região. Mesmo tendo outra sugestão para o mês de julho como obra de misericórdia, isso não impede de continuar “vestindo os nus” ou dando agasalho a quem necessita. Queridos irmãos, somos chamados, neste Ano da Misericórdia e neste tempo de inverno, a vivenciar este dom que é saber ajudar aos mais pequeninos, sobretudo aqueles que estão nas ruas e passam fome e frio, ou ainda aquela família vizinha que não tem uma roupa de frio para se cobrir. Tudo isso o fazemos em Cristo, com quem nos encontramos na pessoa do irmão.
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