De Arnaldo Jabor sobre a abertura das Olimpiadas 2016:
"Eu chorei sem parar. Foi a melhor abertura que eu já vi na minha vida. Extraordinária. Não só pela espantosa qualidade, pela beleza, pelo apuro técnico, foi um recado para o mundo. Não só sobre o Brasil é, mas sobre ecologia, sobre história. Hoje é um dia importante para nossa vida política, inclusive. Esse país maravilhoso tem que sair da mão de quem o transforma numa coisa lastimável. O verdadeiro Brasil é esse que apareceu hoje, que também não escondeu suas falhas históricas. O show explicou o Brasil para o mundo inteiro. O trabalho de Fernando Meirelles, Andrucha Waddington, Deborah Colker e Daniela Thomas é um marco na história. Foi um espetáculo sem tecnologias babacas."
De Frederico Vasconcelos, colunista da Folha de SP
"No dia seguinte ao da abertura da Olimpíada, assustei-me com um
programa de rádio que tirou do baú uma gravação exaltando o amor à
bandeira, os valores cívicos e a importância dos hinos e das marchas
militares. Lembrei-me dos tempos das trevas, quando levaram um boêmio à
prisão apenas porque tocava, na rua, o hino nacional num cavaquinho. Bem
fez Joaquim Barbosa, no dia de sua posse na presidência do Supremo, ao
convidar o bandolinista Hamilton de Holanda para executar a peça oficial
no chamado Excelso Pretório. Assim como Paulinho da Viola encantou a
todos na abertura da grande festa no Maracanã. Contam que, na ditadura,
um oficial mandava o corneteiro despertar diariamente um intelectual
preso, tocando na janela da cela. “Poeta e paisano, ninguém vai me dar
lições de alvorada”, protestou o indignado civil. Os artilheiros que me
perdoem, mas também não acho, como diz a canção da tropa, que o orgulho
da nação “ruge n’alma do canhão”. E em matéria de alvorada, prefiro a do
Cartola, Carlos Cachaça e Hermínio Belo de Carvalho, aquela que diz:
“Alvorada / lá no morro/ que beleza / ninguém chora / não há tristeza…”
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