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sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Fifa investiga CBF por gritos de 'bicha' em Manaus e pode multá-la

Pela primeira vez, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pode ser multada pela Fifa devido a atitudes homofóbicas de seus torcedores. Na partida entre Brasil e Colômbia, em 6 de setembro, pelas eliminatórias da Copa de 2018, boa parte das pessoas presentes na Arena da Amazônia, em Manaus, gritaram "bicha" enquanto o goleiro adversário David Ospina cobrava os tiros de meta.

A Fifa confirmou à Folha que, a partir de informações recebidas de seus observadores presentes na Arena da Amazônia, foi decidida a abertura de um "processo disciplinar" para avaliar os atos dos torcedores durante o jogo. A análise do material será feita pelo Comitê Disciplinar da entidade, que então decidirá se a CBF será punida. O grupo tem reunião agendada nas próximas duas semanas, mas ainda não está definido se a discussão do caso da CBF entrará em pauta nesse primeiro encontro.
EXEMPLOS
Para Flavio de Campos, professor do departamento de História da Universidade de São Paulo e coordenador do Ludens, núcleo de pesquisas sobre esportes, a medida deve ser valorizada.

"Existe um circuito de complacência com a homofobia no espaço do futebol. Vem dos outros torcedores, que acham engraçado o grito de 'bicha'; de narradores de futebol e ex-atletas, que podiam chamar atenção ao problema durante as transmissões e não o fazem; e também das entidades, como clubes e federações, que são coniventes com diversas formas de brutalidade. Não é brincadeirinha: trata-se da aniquilação da possibilidade de torcedores homossexuais nos estádios. Nesse sentido, a iniciativa da Fifa é positiva", analisa.

"Muito da vocalidade e da gestualidade das torcidas organizadas são mimetizadas de outros lugares, como nesse caso, com origem no México. Um clube que seria legal que mimetizassem seria o St. Pauli, de Hamburgo, um clube que tem um posicionamento contra todos os preconceitos: a estrangeiros, a homossexuais. Uma torcida que baniu membros de extrema-direita. Seria bom dar visibilidade a esse tipo de torcida".

Para o professor, ainda que positiva, a medida da Fifa poderia ser mais acertada. "Oferecer a punição diretamente, sem um histórico de medidas, é hipócrita. No campo do futebol, o ideal seria uma campanha mundial contra a homofobia. Uma campanha educativa mais profunda, mostrando que se trata de uma violação de um direito básico do ser humano. Dar um toque no colega ao lado, fazê-lo entender as consequências da discriminação. Fazer faixas como aquelas contra o racismo. Apenas punir é inócuo, mas pelo menos tira as pessoas da zona de conforto, mobiliza o debate", conclui.

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