Por Eliane Cantanhêde - Folha de SP
Em depoimento à Comissão Especial que analisa as dez medidas de moralização dos Poderes, o delegado aposentado da PF Jorge Barbosa Pontes, que se formou no FBI e atuou na Interpol, disse que a corrupção do Brasil não é só gigantesca como também criou uma nova modalidade de crime ou, nas palavras dele, “um novo animal da criminologia”. Em vez de “crime organizado”, aqui se tem “crime institucionalizado”, uma classificação perfeitamente compatível com a expressão usada pelo ministro do Supremo Celso de Mello para definir os desmandos revelados pela Lava Jato: “delinquência governamental”.
O delegado explicou a diferença entre esse “novo animal” e o crime organizado tradicional: um, o “organizado”, é praticado por grupos de pessoas; o “institucionalizado” é comandado pelo “núcleo do poder”, no Planalto e na Casa Civil, por exemplo, “e não usa armas, mas o Diário Oficial”. Lula, aliás, é três vezes réu.
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