Editorial - Jornal do Brasil
O médico, quando faz a opção por este ofício, faz também a opção de
renunciar a tudo a não ser salvar vidas. E vida não pode esperar. Por
isso, médico salva vidas mesmo sem tempo. Todo o tempo é tempo para o
médico salvar.
Diz o Juramento de Hipócrates, discurso solene efetuado pelos médicos, tradicionalmente na formatura:
"Eu juro, por Apolo médico, por Esculápio, Hígia e Panacea, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue:
Estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes.
Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém.
A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva.
Conservarei imaculada minha vida e minha arte.
Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam.
Em toda casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução, sobretudo dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados.
Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto.
Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça."
O mais importante do médico é o relacionamento com paciente.
O sábio, quando irracional, não é sábio. É irracional. O sábio irracional é o irracional que pensa que sabe. A truculência e a agressividade fazem com que os mansos que vivem - e são mansos porque querem viver - se afastem desses irracionais. E fazem muito bem porque, como errar é humano, o erro de um sábio racional é perdoado, até mesmo pelos que são atingidos pelo seu erro. Mas um manso prejudicado pelo erro humano de um irracional não pode perdoar.
A inteligência humana exige do manso que busque de todas as formas poder viver. Por isso, o manso não pode ser inteligente se aceita conviver com o irracional, pois um dia pode ter o desgosto dessa derrota. E ser derrotado por um irracional faz com que o manso também seja solidário e alimente o irracional contra a sua própria necessidade de viver.
A mais nobre das profissões da vida é aquela que não é responsável pela nossa vida, mas é responsável pela nossa sobrevivência. A medicina.
Diz o Juramento de Hipócrates, discurso solene efetuado pelos médicos, tradicionalmente na formatura:
"Eu juro, por Apolo médico, por Esculápio, Hígia e Panacea, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue:
Estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes.
Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém.
A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva.
Conservarei imaculada minha vida e minha arte.
Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam.
Em toda casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução, sobretudo dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados.
Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto.
Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça."
O mais importante do médico é o relacionamento com paciente.
O sábio, quando irracional, não é sábio. É irracional. O sábio irracional é o irracional que pensa que sabe. A truculência e a agressividade fazem com que os mansos que vivem - e são mansos porque querem viver - se afastem desses irracionais. E fazem muito bem porque, como errar é humano, o erro de um sábio racional é perdoado, até mesmo pelos que são atingidos pelo seu erro. Mas um manso prejudicado pelo erro humano de um irracional não pode perdoar.
A inteligência humana exige do manso que busque de todas as formas poder viver. Por isso, o manso não pode ser inteligente se aceita conviver com o irracional, pois um dia pode ter o desgosto dessa derrota. E ser derrotado por um irracional faz com que o manso também seja solidário e alimente o irracional contra a sua própria necessidade de viver.
A mais nobre das profissões da vida é aquela que não é responsável pela nossa vida, mas é responsável pela nossa sobrevivência. A medicina.
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