Por: Ercio Bemerguy
Que coisa! Um cidadão que eu conhecia desde os meus tempos de moleque em Santarém, mesmo tendo perdido a esposa que faleceu logo depois do nascimento do décimo filho do casal, conseguiu, com muito sacrifício, trabalhando diuturnamente como motorista de táxi, criar muito bem a filharada após mudar-se para Belém.
Pois bem, graças ao esforço desse pai-herói, todos os seus seis filhos, obtiveram o canudo de papel e desenvolvem atividades em suas respectivas áreas profissionais (médico, engenheiro, economista, advogado, dentista e administrador) e são considerados ´bem de vida`.
Que coisa! Um cidadão que eu conhecia desde os meus tempos de moleque em Santarém, mesmo tendo perdido a esposa que faleceu logo depois do nascimento do décimo filho do casal, conseguiu, com muito sacrifício, trabalhando diuturnamente como motorista de táxi, criar muito bem a filharada após mudar-se para Belém.
Pois bem, graças ao esforço desse pai-herói, todos os seus seis filhos, obtiveram o canudo de papel e desenvolvem atividades em suas respectivas áreas profissionais (médico, engenheiro, economista, advogado, dentista e administrador) e são considerados ´bem de vida`.
As
quatro filhas, mesmo sem formação de nível superior, também trabalham e
ganham bons salários. Todos constituíram famílias e o patriarca, já
beirando os 80 anos, vivia sozinho, mas extremamente feliz e
despreocupado em sua modesta casinha num bairro da periferia da capital
paraense. Suas despesas (alimentação, medicamentos, luz, água, etc.)
eram cobertas com os dois salários mínimos que recebia mensalmente como
aposentado. Uma ´diarista` lavava a roupa e limpava a casa duas vezes
por semana. Poucas vezes recebia a visita dos parentes, e, na última vez
que isso ocorreu, o filho mais velho, credenciado pelos irmãos e pelas
irmãs, comunicou a decisão de todos: “Papai, entenda que temos as
nossas famílias para cuidar. Infelizmente, nenhum de nós tem condições
de estar sempre aqui para ajudá-lo. É muito dispendioso contratarmos uma
pessoa para fazer companhia ao senhor que não está muito bem de saúde.
Resolvemos vender esta sua casa e, com o dinheiro, pagaremos a sua
hospedagem em um asilo e, para isso, até já reservamos a sua vaga”. E, dois dias depois, o “velho”, mesmo contrariado, foi conduzido à sua nova morada.
Decorridos
um pouco mais de seis meses, quase cego, tristonho, solitário, vivendo
(?) em um quartinho desconfortável, o resultado foi a morte do infeliz.
Uma pena! Mas, a realidade é está: um pai, por mais pobre que seja,
consegue criar e manter dez filhos, mas, dez filhos não conseguem manter
dignamente um pai. O nome dessa gentalha? Ingratidão!
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