O "Jornal Pessoal", um dos principais veículos independentes do Brasil, faz campanha de financiamento on-line para não fechar as portas.
A publicação, que cobre a região amazônica e circula em Belém (PA), foi fundada em 1987 pelo jornalista Lúcio Flávio Pinto. Ele mantém o jornal apenas com dinheiro de venda nas bancas, sem anunciantes.
Lúcio trabalhou por 18 anos como repórter em "O Estado de S. Paulo", ganhou quatro prêmios Esso e é autor de 21 livros, incluindo "A Questão Amazônica". É também o único brasileiro que consta da lista 'heróis da informação' da organização Repórteres Sem Fronteiras.
Ao todo, Lúcio já foi alvo de 34 processos judiciais, sendo que quatro deles ainda estão em curso, e recebeu ameaças pelo trabalho feito. As várias inimizades que o jornalista acumulou na Região Norte do país viraram até tema de peça de teatro.
De acordo com a página de financiamento coletivo criada para manter o "Jornal Pessoal", a publicação custa R$ 5.840 por mês, mas as vendas em banca não têm arrecadado esse valor. A campanha vai até 30 de janeiro, com meta de arrecadação de R$ 160 mil. Até essa sexta (2), rendeu R$ 2.240.
À Folha, Lúcio confirmou que há risco real de seu veículo fechar. Ele atribuiu o momento de dificuldade à crise do jornalismo impresso e à crise vivida no Brasil, que afetou a venda do "Jornal Popular" nas bancas. "Eu abri alguns blogs e isso me toma muito tempo. Já estou com 67 anos e estou trabalhando mais do que quando era menino. Muita tente migrou do jornal em papel para o blog e não paga nada. Se o leitor não apoiar o jornal, ele vai acabar", afirmou.
O jornalista disse que o financiamento coletivo é o único tipo de doação que ele aceita, por se tratar de contribuições pequenas e públicas. "Não quero que deem R$ 10.000, quero que deem R$ 10, R$ 50, R$ 100", acrescentou.
"O jornal dele [de Lúcio] é uma grande referência. Se você quiser ter um histórico do que a Vale fez nos últimos 30 anos no Pará, você tem que ler o 'Jornal Pessoal', não tem em lugar nenhum. É um patrimônio do Brasil", argumentou o também jornalista Lucas Figueiredo, criador da campanha de arrecadação, que entrou no ar nesta na quinta-feira (1º).
Outra fã do jornal, a paraense Paloma Franca Amorim, que reside em São Paulo, também criou uma campanha de financiamento on-line para ajudar a publicação. Iniciada em 21 de outubro, a iniciativa arrecadou R$ 7.288 dos R$ 10.000 pretendidos. Ela será encerrada em 19 de janeiro. Lúcio explicou à Folha que as campanhas de Lucas e de Paloma são independentes uma da outra.
De acordo com o jornalista, só existiu uma outra ocasião em que o "Jornal Pessoal" lançou mão de financiamento coletivo. Porém, ao invés de pagar as despesas do jornal, a campanha visava pagar uma multa por condenação sofrida na Justiça Estadual. Cerca de 700 pessoas ajudaram a arrecadar R$ 28.000.
Lúcio afirmou que o sofreu processo na Justiça Estadual após publicar reportagem em que acusava uma empreiteira de praticar grilagem de terras. Segundo o jornalista, a Justiça Federal determinou a devolução das terras, "com base no que eu escrevi".
Ao invés de recorrer da condenação sofrida, o jornalista disse ter preferido deixar a condenação transitar em julgado e fazer uma campanha de arrecadação para depositar o valor em juízo. "No dia que eles sacarem [o dinheiro], vou mostrar que a família ficou um pouco mais rica devido à decisão da Justiça Estadual", afirmou Lúcio.
A publicação, que cobre a região amazônica e circula em Belém (PA), foi fundada em 1987 pelo jornalista Lúcio Flávio Pinto. Ele mantém o jornal apenas com dinheiro de venda nas bancas, sem anunciantes.
Lúcio trabalhou por 18 anos como repórter em "O Estado de S. Paulo", ganhou quatro prêmios Esso e é autor de 21 livros, incluindo "A Questão Amazônica". É também o único brasileiro que consta da lista 'heróis da informação' da organização Repórteres Sem Fronteiras.
Ao todo, Lúcio já foi alvo de 34 processos judiciais, sendo que quatro deles ainda estão em curso, e recebeu ameaças pelo trabalho feito. As várias inimizades que o jornalista acumulou na Região Norte do país viraram até tema de peça de teatro.
De acordo com a página de financiamento coletivo criada para manter o "Jornal Pessoal", a publicação custa R$ 5.840 por mês, mas as vendas em banca não têm arrecadado esse valor. A campanha vai até 30 de janeiro, com meta de arrecadação de R$ 160 mil. Até essa sexta (2), rendeu R$ 2.240.
À Folha, Lúcio confirmou que há risco real de seu veículo fechar. Ele atribuiu o momento de dificuldade à crise do jornalismo impresso e à crise vivida no Brasil, que afetou a venda do "Jornal Popular" nas bancas. "Eu abri alguns blogs e isso me toma muito tempo. Já estou com 67 anos e estou trabalhando mais do que quando era menino. Muita tente migrou do jornal em papel para o blog e não paga nada. Se o leitor não apoiar o jornal, ele vai acabar", afirmou.
O jornalista disse que o financiamento coletivo é o único tipo de doação que ele aceita, por se tratar de contribuições pequenas e públicas. "Não quero que deem R$ 10.000, quero que deem R$ 10, R$ 50, R$ 100", acrescentou.
"O jornal dele [de Lúcio] é uma grande referência. Se você quiser ter um histórico do que a Vale fez nos últimos 30 anos no Pará, você tem que ler o 'Jornal Pessoal', não tem em lugar nenhum. É um patrimônio do Brasil", argumentou o também jornalista Lucas Figueiredo, criador da campanha de arrecadação, que entrou no ar nesta na quinta-feira (1º).
Outra fã do jornal, a paraense Paloma Franca Amorim, que reside em São Paulo, também criou uma campanha de financiamento on-line para ajudar a publicação. Iniciada em 21 de outubro, a iniciativa arrecadou R$ 7.288 dos R$ 10.000 pretendidos. Ela será encerrada em 19 de janeiro. Lúcio explicou à Folha que as campanhas de Lucas e de Paloma são independentes uma da outra.
De acordo com o jornalista, só existiu uma outra ocasião em que o "Jornal Pessoal" lançou mão de financiamento coletivo. Porém, ao invés de pagar as despesas do jornal, a campanha visava pagar uma multa por condenação sofrida na Justiça Estadual. Cerca de 700 pessoas ajudaram a arrecadar R$ 28.000.
Lúcio afirmou que o sofreu processo na Justiça Estadual após publicar reportagem em que acusava uma empreiteira de praticar grilagem de terras. Segundo o jornalista, a Justiça Federal determinou a devolução das terras, "com base no que eu escrevi".
Ao invés de recorrer da condenação sofrida, o jornalista disse ter preferido deixar a condenação transitar em julgado e fazer uma campanha de arrecadação para depositar o valor em juízo. "No dia que eles sacarem [o dinheiro], vou mostrar que a família ficou um pouco mais rica devido à decisão da Justiça Estadual", afirmou Lúcio.
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