"Por enquanto a minha dor é humana, como tenho certeza que é a dor de todo brasileiro por perder um juiz como este", disse a ministra na porta de seu gabinete no Supremo.
Amiga de Teori, Cármen Lúcia telefonou durante a tarde para os filhos do ministro. Eles lhe disseram que queriam que o corpo do pai fosse levado direto a Porto Alegre, onde vive a família, ao invés de levá-lo a Brasília.
A ministra afirmou que vai ao velório na capital gaúcha, mas que a cerimônia ainda não está marcada. "Vou a Porto Alegre. [O velório] vai ser em Porto Alegre a pedido da família. E, por decisão da família que, evidentemente, não seria diferente, o Supremo acata [o pedido]. E não só acata como dá todo o suporte que for necessário. O diretor-geral do Supremo [Eduardo Toledo] já está no Rio exatamente para acompanhar, adotar os procedimentos necessários para que a família não precise ter também um estresse a mais desses procedimentos burocráticos que são necessários. O Supremo está ao lado da família. Acho que o Judiciário brasileiro está enlutado. Acho que a sociedade brasileira hoje tem um luto a cumprir", disse ela.
Cármen Lúcia disse não ter conversado com o presidente Michel Temer. "O Supremo se ressente e vai se ressentir sempre da perda de um juiz como este. Esperamos agora que o desenlace dos acontecimentos siga de maneira bem humana", disse a ministra.
No começo da noite, a assessoria de Cármen Lúcia divulgou nota na qual ela se diz "consternada" com a morte de Teori.
RECESSO DO JUDICIÁRIO
Cármen Lúcia voou de Brasília a Belo Horizonte por volta de 14h30. Quando chegou ao aeroporto de Confins, recebeu uma ligação de Márcio Schiefler, juiz-instrutor que trabalha no gabinete de Teori. Schiefler dizendo a ela que um avião havia caído na rota do voo de Teori. Ela lhe pediu que avisasse o presidente Michel Temer.
Teori estava de férias desde 20 de dezembro, quando começou o recesso do Judiciário. Ele já havia voltado a despachar, antes mesmo do retorno oficial da Corte por causa dos últimos detalhes relativos à homologação da delação de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht.
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