No grotesco teatro de marionetes sem voto popular em que se transformou a
política brasileira, a disputa em torno da herança de Teori Zavaski
tornou-se acima de tudo uma guerra aberta pelo poder.
Uma
semana depois que Elio Gáspari escreveu o artigo "Carmen Lucia,
Presidente", traduzindo com palavras sóbrias um conjunto de adjetivos
deslumbrados que já escapavam pela boca de apresentadores da TV Globo, a
presidente do STF encontra-se a caminho de assumir o controle real dos
poderes da República e tomar decisões cruciais para o presente e o
futuro dos brasileiros.
Talvez não seja possível nem conveniente
quebrar todos os rituais e instalar a presidente do STF na cadeira de
Michel Temer, como vinha sendo sugerido. Os riscos são muitos e todo
cuidado seria pouco numa conjuntura em que a prioridade é preservar a
oportunidade única de avanço de um pacote de reformas reacionárias em
marcha acelerada pelo Congresso, coisa que Temer tem sido capaz de
encaminhar sem hesitações nem escrúpulos de consciência. A aparição da
candidatura de Yves Gandra para a vaga de Teori no STF demonstra até
onde pode ir o esforço de Temer para manter-se agarrado ao poder.
Mais aqui >Querem nos transformar num povo de marionetes
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