Editorial - Folha de SP
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, mostra-se perigosamente parecido com sua própria versão de candidato. A uma semana de sua posse, o republicano insiste num comportamento incompatível com o posto de homem mais poderoso do mundo.
O emprego de linguagem vulgar ou a perda de tempo nas redes sociais para maldizer a atriz Meryl Streep são a esta altura episódios menores, embora digam muito sobre sua personalidade imatura e o destempero de suas reações.
Mais relevantes são o desprezo pela imprensa e pelas formalidades associadas ao cargo, ou o desinteresse por relatórios diplomáticos e do serviço secreto —atitudes que reafirmam o quanto Trump pretende manter-se distante de mecanismos de controle e de inteligência típicos de toda democracia.
Em entrevista coletiva ontem (11), a primeira depois de 160 dias, o republicano respondeu a poucas perguntas, mostrou-se muito contrariado com as críticas e saiu abruptamente, deixando o palanque para sua advogada.
Antes de se evadir, confirmou que não vai se desfazer de suas propriedades nem vai criar um trust fechado, modelo em que o proprietário das empresas não tem acesso aos próprios negócios.
Como era previsível, Trump negou veementemente a veracidade de um relatório, publicado pelo site Buzzfeed, segundo o qual o serviço secreto da Rússia teria imagens e informações comprometedoras do republicano. Supõe-se que tais dados, se existentes, poderiam ser usados para chantagear a futura administração dos EUA.
O problema, naturalmente, não está em refutar o conteúdo de um dossiê cuja autenticidade ninguém confirma. Ocorre que Trump, ao fazê-lo, deixou-se levar pela inconsequência de sua palavras.
"É uma desgraça que agências de inteligência permitam que informações falsas vazem", afirmou, sem provas de que tenha havido esse tipo de vazamento. "É algo que seria feito na Alemanha nazista."
Para completar o despropósito, o republicano se recusou a ouvir pergunta de um repórter da CNN, vociferando: "Seu canal é terrível". Na noite de terça (10), a emissora americana noticiou que Trump e Barack Obama teriam sido informados na semana passada da existência de um dossiê sobre o presidente eleito e o governo da Rússia.
Gafes, desatinos e escândalos acompanharam o percurso do candidato Donald Trump —e o eleitorado americano a tudo perdoou. Agora, para desassossego do mundo inteiro, o republicano parece sentir-se à vontade para governar como se estivesse em campanha, sem freios nem contrapesos.
O emprego de linguagem vulgar ou a perda de tempo nas redes sociais para maldizer a atriz Meryl Streep são a esta altura episódios menores, embora digam muito sobre sua personalidade imatura e o destempero de suas reações.
Mais relevantes são o desprezo pela imprensa e pelas formalidades associadas ao cargo, ou o desinteresse por relatórios diplomáticos e do serviço secreto —atitudes que reafirmam o quanto Trump pretende manter-se distante de mecanismos de controle e de inteligência típicos de toda democracia.
Em entrevista coletiva ontem (11), a primeira depois de 160 dias, o republicano respondeu a poucas perguntas, mostrou-se muito contrariado com as críticas e saiu abruptamente, deixando o palanque para sua advogada.
Antes de se evadir, confirmou que não vai se desfazer de suas propriedades nem vai criar um trust fechado, modelo em que o proprietário das empresas não tem acesso aos próprios negócios.
Como era previsível, Trump negou veementemente a veracidade de um relatório, publicado pelo site Buzzfeed, segundo o qual o serviço secreto da Rússia teria imagens e informações comprometedoras do republicano. Supõe-se que tais dados, se existentes, poderiam ser usados para chantagear a futura administração dos EUA.
O problema, naturalmente, não está em refutar o conteúdo de um dossiê cuja autenticidade ninguém confirma. Ocorre que Trump, ao fazê-lo, deixou-se levar pela inconsequência de sua palavras.
"É uma desgraça que agências de inteligência permitam que informações falsas vazem", afirmou, sem provas de que tenha havido esse tipo de vazamento. "É algo que seria feito na Alemanha nazista."
Para completar o despropósito, o republicano se recusou a ouvir pergunta de um repórter da CNN, vociferando: "Seu canal é terrível". Na noite de terça (10), a emissora americana noticiou que Trump e Barack Obama teriam sido informados na semana passada da existência de um dossiê sobre o presidente eleito e o governo da Rússia.
Gafes, desatinos e escândalos acompanharam o percurso do candidato Donald Trump —e o eleitorado americano a tudo perdoou. Agora, para desassossego do mundo inteiro, o republicano parece sentir-se à vontade para governar como se estivesse em campanha, sem freios nem contrapesos.
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