Por Arnaldo Jabor
O carnaval de hoje parece uma calamidade pública, disputada pelo narcisismo oportunista de burgueses se despindo para aparecer na TV. O carnaval foi deixando de ser dos "foliões" para ser um espetáculo para os outros; o carnaval deixou de ser vivido para ser olhado.
Não há mais musicas de carnaval - notaram? Temos de recorrer às marchinhas e sambas do passado. Mas, quase não precisamos das canções, nessa época convulsa. Só há os corpos, as multidões enlouquecidas. Quando passam as baterias das escolas, quando uns garotos sambam no pé, ainda vislumbramos os traços de uma beleza antiga. Hoje há os corpos malhados, excessivamente nus, montanhas de bundas se exibindo em uma metáfora de liberdade, pois ninguém tem tanto tesão assim, ninguém é tão livre assim.
Carnaval sempre foi sexo - tudo bem - mas, antes, havia uma doce inibição no ar, havia a suave caretice, uma moralidade mínima, havia clima de amor romântico nos bailes.
Mais aqui >Os anjos de cara suja
O carnaval de hoje parece uma calamidade pública, disputada pelo narcisismo oportunista de burgueses se despindo para aparecer na TV. O carnaval foi deixando de ser dos "foliões" para ser um espetáculo para os outros; o carnaval deixou de ser vivido para ser olhado.
Não há mais musicas de carnaval - notaram? Temos de recorrer às marchinhas e sambas do passado. Mas, quase não precisamos das canções, nessa época convulsa. Só há os corpos, as multidões enlouquecidas. Quando passam as baterias das escolas, quando uns garotos sambam no pé, ainda vislumbramos os traços de uma beleza antiga. Hoje há os corpos malhados, excessivamente nus, montanhas de bundas se exibindo em uma metáfora de liberdade, pois ninguém tem tanto tesão assim, ninguém é tão livre assim.
Carnaval sempre foi sexo - tudo bem - mas, antes, havia uma doce inibição no ar, havia a suave caretice, uma moralidade mínima, havia clima de amor romântico nos bailes.
Mais aqui >Os anjos de cara suja
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