Por Arnaldo Jabor - Estadão
A esquerda se considera o Bem. A direita se considera o Bem. Ninguém
bate no peito e grita: “Eu sou o Mal!”. Ninguém é canalha e todo mundo
se acha meio “de esquerda”, porque sabe que essa palavra ostenta um halo
luzente, como uma coroa de santinho. Ninguém quer ser “de direita” -
palavra com o estigma da peste, da maldade contra o povo.
O esquerdista de punho cerrado e carteirinha se sente justo e abençoado por um ideal e absolvido por seus erros. Ele quer a “purificação” da sociedade e tão nobre é esse anseio que ele pode ignorar incômodos detalhes da política normal - a santidade não precisa da prudência. As complexidades da democracia o entediam e são lidas como frescura, vacilação pequeno-burguesa e, no limite, traição; macho vai à luta em linha reta, ignorando obstáculos - hesitação é coisa de viado (aliás, quem escreve ‘veado’ é ‘viado’ - apud Millôr F.).
O esquerdista de punho cerrado e carteirinha se sente justo e abençoado por um ideal e absolvido por seus erros. Ele quer a “purificação” da sociedade e tão nobre é esse anseio que ele pode ignorar incômodos detalhes da política normal - a santidade não precisa da prudência. As complexidades da democracia o entediam e são lidas como frescura, vacilação pequeno-burguesa e, no limite, traição; macho vai à luta em linha reta, ignorando obstáculos - hesitação é coisa de viado (aliás, quem escreve ‘veado’ é ‘viado’ - apud Millôr F.).
Mais aqui >Direita, esquerda e realidade
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