“Também devemos determinar quais seriam suas funções, por exemplo, em localidades remotas”, destacou o papa Francisco.
De acordo com os jornais alemães, integrantes da Igreja acreditam que, diante da falta de párocos em vários países, seria necessário abrir uma nova via: juntamente com os sacerdotes, que fazem voto de celibato em sua ordenação, seria recomendável ordenar os “viri probati”, homens casados que tenham tempo e possam demonstrar um compromisso duradouro com a Igreja.
Em várias ocasiões, pontífices já haviam afirmado que a proibição de ordenar homens casados não era um ponto de doutrina irreversível. Antes de Francisco, o papa Bento XVI afirmou que isso não constituía um dogma, como, por exemplo, a fé na ressurreição de Jesus Cristo.
Ainda de acordo com a publicação alemã, o cardeal dom Claudio Hummes, um amigo de longa data do papa Francisco, tem pressionado para permitir a ordenação de “viri probati” na região da Amazônia, onde a Igreja tem cerca de um padre para cada 10 mil católicos. O Estado não conseguiu nesta quinta falar com o religioso a respeito.
Francisco ainda destacou que momentos de crise de fé podem ser oportunidades para crescer e, ele mesmo, já passou por “vazios”. “Na vida humana acontece assim. O crescimento biológico sempre é uma crise, não? A crise de uma criança que se torna adulta. Com a fé é o mesmo. A crise faz parte da vida de fé. Uma fé que não entra em crise para crescer, permanece infantil.”
Ataques. Na mesma entrevista, o pontífice afirmou que não perde a paz por causa das críticas internas que possa vir a receber. Recentemente, ele foi alvo de panfletos apócrifos em Roma, supostamente ligados a pessoas da Igreja que não comungam de suas posições, consideradas progressistas. Com bom humor, que afirma sempre procurar manter no dia a dia, chegou a destacar que o manifesto contrário é “belíssimo” e bem escrito. “Sobre isto eu farei uma confissão sincera”, disse Francisco. “Desde o momento que fui eleito papa não perdi a paz. Entendo que meu modo de agir não agrada a alguns, também justifico isto: existem tantos modos de pensar; é também lícito, é também humano e também uma riqueza.”
(No Estadão)
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