Ontem (24), a marqueteira Monica Moura disse na ação do TSE que julga a cassação
da chapa Dilma-Temer que discutiu diretamente com a ex-presidente
pagamentos de caixa um e caixa dois na campanha de 2014.
Segundo
depoimento de Monica, a conversa com Dilma aconteceu no Palácio do
Planalto. Depois, a marqueteira foi encaminhada para acertar pagamentos
por fora com o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.
Mantega encaminhou, então, a marqueteira para a Odebrecht, que cuidou dos pagamentos por fora.
João
Santana, marido de Monica, também falou na ação do TSE. Os advogados
que acompanham a ação relatam que, durante o depoimento, Monica e João
disseram que a expressão "caixa dois" não foi utilizada em nenhum
momento.
Mas
que, para o casal, estava claro que eles trataram de pagamentos não
contabilizados com a ex-presidente. Motivo: Dilma teria tratado, após a
eleição de 2014, com Monica Moura sobre uma conta que havia no exterior,
que seria para receber os valores por fora da campanha.
Diferentemente do que aconteceu na campanha de 2010, Dilma teria dito a João Santana que ela cuidaria da campanha de 2014.
Em nota, Dilma afirmou que os marqueteiros fizeram "afirmações desprovidas de qualquer fundamento ou prova".
Veja a íntegra da nota da ex-presidente Dilma sobre o depoimento de Monica Moura e João Santana:
Sobre
os depoimentos sigilosos prestados pelo casal João Santana e Monica
Moura, nesta segunda-feira, 24 de abril, perante a Justiça Eleitoral, a
Assessoria de Imprensa de Dilma Rousseff esclarece:
1.
João Santana e Monica Moura faltaram com a verdade no depoimento
colhido pelo ministro relator Herman Benjamin, fazendo afirmações
desprovidas de qualquer fundamento ou prova.
2.
Dilma Rousseff nunca negociou diretamente quaisquer pagamentos em suas
campanhas eleitorais, e sempre determinou expressamente a seus
coordenadores de campanha que a legislação eleitoral fosse rigorosamente
cumprida e respeitada.
3. Tudo indica que o casal,
por força da sua prisão por um longo período, tenha sido induzido a
delatar fatos inexistentes, com o objetivo de ganhar sua liberdade e de
atenuar as penas impostas por uma eventual condenação futura.
4.
As evidências demonstram que, pelos pagamentos declarados ao TSE pela
campanha de Dilma Rousseff de 2014, João Santana e Monica Moura foram os
profissionais de marketing mais bem pagos na história das eleições no
Brasil, recebendo nada menos que R$ 70 milhões de reais.
5.
Desse modo, não havia e nunca houve qualquer razão ou motivo para que o
casal recebesse nenhum centavo a mais pelos serviços prestados à
campanha da reeleição, especialmente nos montantes pretendidos por
Mônica Moura e muito menos por meio de pagamentos não contabilizados.
6.
A presidenta eleita Dilma Rousseff repudia, mais uma vez, o vazamento
seletivo de trechos dos depoimentos, renovando a necessidade de rigorosa
investigação pela Justiça Eleitoral, como a sua defesa denunciara em
outra oportunidade.
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